Capítulo 13: Êxodo

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Grove, Pensilvânia

Paraíso

Lana e eu decidimos avançar contra os Filhos, para que a batalha não acontecesse tão perto do prédio em que tantas pessoas moravam. Assim que estava perto o bastante, eu matei o primeiro Filho com um corte na barriga; ao mesmo tempo, girei pela esquerda e continuei correndo.

Muitos deles vieram para cima de nós sem hesitar, mas outros foram diretamente para o prédio. Eles bateram nas paredes de tijolos, nas placas de aço das janelas e na porta, tentando entrar para levar as almas que estavam ali dentro.

Eu cortei mais dois deles, sempre desviando e evitando uma queimadura de lava abismal. Felizmente, a armadura que os Heartless tinham me dado estava aguentando bem. Eu conseguia bloqueá-los usando meu braço e os socos que vinham de trás praticamente não eram piores do que um soco de uma pessoa normal contra um pedaço de metal junto ao meu corpo.

Virava de um lado para o outro, matando e cortando quantos Filhos eu podia, mas muito tempo de batalha se passou. Meu braço estava ficando cansado; meus músculos, doloridos; meus movimentos, mais lentos. Em algum momento, uma espada feita de lava me cortou no rosto; foi um golpe superficial que mal sangrou, mas era dolorido e queimava um pouco. O Filho que atacou foi morto antes mesmo que pudesse comemorar.

Lana não parecia estar tão melhor do que eu. Ela lançava raios e raios contra os Filhos; tinha melhorado bastante a controlá-los com a armadura, mas ainda assim, ela não duraria muito tempo. Estava cada vez mais cansada.

Minha espada atravessou a barriga do último dos Filhos que estava perto. Lana e eu ficamos costas com costas, e discutíamos o que faríamos a seguir, já que uma nova onda estava correndo rapidamente na nossa direção, e é claro, havia aqueles que estavam surrando o prédio e, aparentemente, perto de invadir.

– Consegue segurar os que estão vindo por alguns minutos? – Eu perguntei, ofegante.

– Acho que sim, mas não muito. O que vai fazer?

Indiquei com a cabeça os Filhos no prédio. Ela entendeu e a deixei sozinha, preparando-se para se defender da onda de inimigos que vinha. Ataquei alguns dos Filhos que estavam perto demais de entrar no prédio. Isso chamou a atenção dos outros, que vieram para cima de mim. Eu cortei, girei, desviei, levei alguns socos e fui cortado algumas vezes – lutar sem Týr era muito mais difícil.

Então, comecei a ouvir batidas. Olhei em volta, ao mesmo tempo em que bloqueava um ataque. Não vi nada que pudesse estar produzindo tal barulho; resolvi ignorar e me concentrar no combate. Três Filhos atacaram de uma única vez. Consegui bloquear e desviar de dois deles, mas a marreta de outro deles me atingiu no braço em que estava minha espada; a lâmina foi parar no chão; a força e o movimento de meu braço perdidos.

A dor não veio imediatamente, mas eu sabia que assim que a adrenalina do combate desaparecesse, ela viria forte como um touro. Antes que eu pudesse fazer algo, a marreta de lava veio na minha direção. Um galho surgiu do chão e agarrou o braço do Filho atacante, que ficou surpreso por alguns momentos, que eu usei para pegar a espada com a mão esquerda e matá-lo.

A porta de aço do prédio abriu e Sansão saiu de lá, bradando um grito de guerra. Ele veio até mim e pediu a espada emprestada, já que eu estava impossibilitado de usá-la. Týr estava logo atrás dele; Sansão voltou para a batalha.

– Seu braço está quebrado. – Ela disse, fazendo uma análise mágica nele. – Mas não apenas isso, quebrou bem aqui no meio – ela apontou para o antebraço – além de ter migalhas de ossos espalhadas que precisam ser removidas. – A dor começou a vim, intensa; com o pensamento, fiz a armadura desaparecer. – Também é preciso reposicionar os ossos.

Afterlife: HeartlessOnde histórias criam vida. Descubra agora