Terra, Antes
Sephiroth fechou a última tranca e colocou todos os segredos de seu plano B em ordem. Quando o momento chegasse, ele estaria pronto para executá-lo. Ele deixou o local e voltou para seu acampamento, que ficava a alguns quilômetros dali. Não tinha forças para voar ou, até mesmo, transportar-se através de magia para um de seus esconderijos. Os feitiços que fizera para guardar os itens consumiram muito de seu ser.
Todavia, isso não impediu que o diabo entrasse em contato com ele.
Lúcifer apareceu diante dele. Sabia que ele não estava fisicamente ali, mas sim em sua mente. Tratava-se de uma ilusão, o que Sephiroth não apreciou nem um pouco. Não gostava dele. Nunca gostou; apenas o aturou durante alguns séculos por precisar dele para que seu plano se completasse.
– O momento chegou. – Lúcifer disse, sem delongas. – Envie uma mensagem para Nicolae e ordene o ataque.
– Eu não sou um dos seus demônios para ordenar coisas a mim. – O outro retrucou.
Lúcifer estalou os dedos, mudando tudo aos arredores. Ele estava outra vez na sala de Lúcifer no Reino dos Sonhos, preso por correntes feitas de Sídero Theía. Sephiroth bufou. Estava tão preocupado em garantir seu futuro, que simplesmente esquecera que Lúcifer tinha o poder de levá-lo até aquela sala e permitir que os anjos encontrassem-no usando um feitiço. Não importava. Essa habilidade do Caído terminaria assim que a Guerra Celestial encontrasse seu fim.
– Envie a mensagem. – Ele ordenou. – E também, quero que me coloque em contato com Kifo. – Se Sephiroth não estivesse preso, daria um passo para trás de surpresa.
– Kifo? Por que diabos você quer falar com Kifo? – Sephiroth perguntou.
– Não é de sua conta.
– Posso fazer, mas preciso de alguns dias para coletar todos os ingredientes. Ele já não está no Paraíso, como sabe. E nem tudo que preciso está na Terra.
Lúcifer fitou-o de maneira desconfiada, mesmo que Sephiroth estivesse dizendo a verdade. Lúcifer conhecia apenas a Arte – ele a tinha criado – e sabia que ela não poderia colocá-lo em contato com o Filho da Morte. E o fato de Sephiroth ser capaz de usar milhares de outros tipos era exatamente o motivo de Lúcifer querer usá-lo.
– Assim que estiver pronto, entre em contato comigo. Basta dormir pensando em mim. – O querubim caído disse, tentando soar superior, sabendo que a única razão de ainda estar vivo é por que Sephiroth não tinha um meio de abrir a Mansão dos Mortos.
Ele concordou. Em seguida, sentiu as mãos livres. Bufou. Odiava ter que fazer o que um ser inferior mandava, mas sua discrição era essencial; e o que ele pedia não era muito difícil, além de ser extremamente divertido causar problemas para os anjos.
Usou as forças que restavam para contatar Nicolae no Inferno. Era hora de iniciar sua invasão ao Paraíso – Sephiroth já tinha provido meios para que ele abrisse um portal.
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Nova Jerusalém, Paraíso
Aws olhava uma reunião de Heartless que ele nunca tinha visto ou imaginado que um dia veria em toda sua vida – ou morte. Eram milhares, chegando a quase setenta mil. Nunca, enquanto eram vivos, tamanha quantidade existiu ao mesmo tempo. E agora ali, depois de cumprirem sua missão original, eles estavam reunidos.
Estavam acampados no deserto – cuja temperatura, antes agradável, começava a subir desde que a guerra começara e estava mais e mais perto de se tornar como era na Terra – aos arredores da cidade. Se os anjos sabiam da presença deles, não deram qualquer sinal. Talvez, estavam ocupados demais batalhando ao redor do mundo.
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Afterlife: Heartless
Fantasy"A Morte tem seus planos, e sei que em nosso segundo encontro, nem tudo foi revelado. Algumas peças ainda estão faltando, e eu sou aquele que está próximo o bastante para descobrir. Mas... Por quê? Ela... Ela se foi. Presa em sua própria falta de co...