Capítulo 12: Emboscada

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Grove, Pensilvânia

Paraíso

Lana e eu acelerávamos na Harley Davidson pela estrada praticamente vazia. Passamos por alguns carros que estavam abandonados, provavelmente desde a invasão dos Filhos do Abismo. Desmond, Thais e Týr estavam a poucos quilômetros atrás de nós. Eu sentia os braços de Lana em volta de mim, segurando para que não caísse. As memórias de nosso passado juntos vinha dançando para minha mente. Tentava evitar, mas era como impedir uma manada de elefantes com uma lança de madeira.

Eu sentia o vento em meus cabelos, pensando que fazia bastante tempo que não pegava a estrada daquela maneira; da última vez, íamos de Stonehenge para Londres. A beira da estrada, vimos uma churrascaria e paramos no acostamento – era quase hora do almoço.

Avistamos a pick-up acelerando e desviando dos carros. Sinalizamos com as mãos, torcendo para que eles nos vissem. Contudo, eles nem ao menos chegaram perto de nós.

Uma bola de lava, que eu sabia que tinha saído da mão deu dos Filhos do Abismo, acertou o lado esquerdo do carro, que se inclinou por alguns metros, andando sobre duas rodas. Desmond, que dirigia, conseguiu controla-lo bem, impediu que capotassem, mas quando estavam voltando a andar com quatro rodas, outra bola de lava os atingiu.

Týr saíra voando antes do segundo ataque, neste mesmo momento, eu montei na moto e acelerei na direção deles – esquecendo Lana para trás. O carro capotou, atravessou três linhas, e bateu no concreto que separava as duas pistas. Uma dúzia de Filhos que estavam escondidos veio para cima do carro; lancei a moto contra eles, minha espada em mãos. Consegui cortar um deles, mas não fora um golpe fatal; irritado, ele me encarou e, em seguira, fez com que uma marreta feita do Abismo surgisse em suas mãos.

Ele correu na minha direção; desci da moto e a fiz virar símbolos em meu braço. Fiquei com a espada em mãos e, quando sua marreta desceu contra mim, eu desviei para o lado com o melhor estilo de combate dos Heartless que eu tinha aprendido. Girei, já com a espada pronta e a cravei nas costas do inimigo, que se transformou em centenas de vagalumes prateados.

Corri em direção ao carro e, antes que eu pudesse matar qualquer um, alguns raios vieram do céu e atingiram todos, criando uma pequena brecha. Aproveitei o momento para matar três deles; antes mesmo que eu pudesse atacar os restantes, Lana estava junto de nós, sua armadura a vista. Týr pousou na touca de minha blusa, e só de tê-la comigo, eu me senti mais seguro.

Enquanto Lana lutava contra três Filhos ao mesmo tempo, eu estava cortando e perfurando o restante. Foi quando notei que um deles estava tirando uma Thais inconsciente do carro. Eu tentei chegar até ele, mas um inimigo se colocou entre nós. Ele fez alguns movimentos com as mãos, fazendo com que algumas pedras cobertas de asfalto viessem contra mim.

Fui obrigado a recuar alguns passos, desviando com habilidade. Por um momento, me arrependi de não ter lutado com algum Heartless da Terra, mas naquele momento, eu não podia pensar nisso. Týr disse que eu podia avançar contra ele sem medo; tinha alguns feitiços defensivos preparados.

Coloquei a mão sobre o peito, fazendo com que a armadura que guardava em meu braço surgisse em meu corpo. Sorri com a peso do metal. Corri contra ele. As pedras batiam contra algum tipo de barreira invisível, e iam ao solo. O Ryak arregalou os olhos de surpresa e, antes que pudesse se recuperar, minha espada estava cravada em seu pescoço.

Voltei minha atenção para os Filhos restantes. Havia apenas três acordados, outros quatro estavam desmaiados no chão. Thais estava caída ao lado de um deles, indicando que Lana o tinha acertado antes de conseguir levar Thais. Matei os que estavam lutando; quando iria acabar com o último deles, mais vinte Filhos surgiram de todos os lados. Por um momento perguntei como eles sabiam que nós estávamos ali, mas lembrei-me de que eles tinham memória coletiva.

Afterlife: HeartlessOnde histórias criam vida. Descubra agora