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Eduardo Novaes estava no auge de sua vida.

Era rico, famoso e tão bonito quanto um homem po­deria desejar ser. Trabalhava duro, divertia-se muito, e, nas raras noites em que ia para a cama sozinho, dormia profun­damente até de manhã.

Mas não esta noite.

Esta noite, ele estava sonhando.

Em seu sonho, andava vagarosamente ao longo de uma rua arborisada, que levava a uma casa. Mal podia visualizá-la, por causa da neblina pesada pairando sobre tudo, mas a casa estava lá.

Seus passos diminuíram.

Aquele era o último lugar do mundo em que queria estar. Uma casa num bairro residencial. Um jardim. Um cachorro. Crianças.

E uma esposa. Uma mulher, a mesma mulher, para sempre...

Eduardo sentou-se na cama, em busca de ar. Um tremor abalou seu grande corpo musculoso. Ele dormia nu, manti­nha as janelas abertas mesmo agora, no inverno europeu. Ainda assim, sua pele estava úmida de suor.

Um sonho. Isso era tudo. Não. Era um pesadelo.

Talvez tenham sido as malditas ostras que seu agente quase o obrigara a experimentar dizendo que era dos deuses. Ou então fora aquele maldito whisky para comemorar o contrato. Eduardo raramente bebia. Ou... Eduardo tremeu novamen­te. Ou apenas mais uma antiga lembrança do que acontece­ra quando ele tinha 20 anos e era tolo e apaixonado.

Ou ao menos havia pensado que fosse.

Eduardo namorara Patrícia Santos por três meses antes de até mesmo tocá-la. Quando finalmente a tocara, um to­que levara a outro, e a outro... Ele já havia sido contratado pelo São Paulo e estava se saindo muito bem, com boas críticas, inclusive. Era o futuro da nova geração como dizia os jornalistas esportivos. Até convocado para a seleção brasileira tinha sido. Era reserva, mas o que importava era que estava no local onde qualquer jogador de futebol queria estar. Enfim, ele estava em evidência.

Na véspera de Natal, quando os jogadores estavam de recesso, ele pretendia ir para o Rio de Janeiro passar as festas com a mãe. Ele  presenteara Patrícia com um medalhão de ouro. Mas ela lhe dera uma notícia que quase o fizera desmaiar.

- Estou grávida, amor. -Patrícia tinha sussurrado em tom choroso.

Ele ficara atônito. Era um jovem, certo, mas sabia o bas­tante para usar preservativos. E os  usou, ele estava certo disso. Porém, amava-a. E Patrícia havia chorado em seus braços e dito que ele lhe arruinara a vida, que precisava se casar com ela.

Caminhos Cruzados (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora