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Victoria não conseguia falar nada

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Victoria não conseguia falar nada. A verdade era que ela não conseguia assimilar aquelas palavras.

Então tudo o que viveram foi uma mentira? 

As juras de amor foram tão banais a ponto de serem facilmente esquecidas?

Acabar?

Como ela podia acabar com o amor que sentia por Miguel?

- Eu sei que vai ser difícil. - ele continuava frio, distante, com o olhar vago em direção ao mar. - Mas nós não podemos permancer juntos.

Lágrimas e mais lágrimas começaram a se formar nos olhos de Vic. Ela estava em estado de letargia. Somente as lágrimas falavam. Na verdade as lágrimas que caiam por sua face gritavam.

Miguel a encarou. E os olhos azuis que naquelas últimas semanas estavam tão claros como águas rasas e cristalinas, naquele momento pareciam um mar turbulento e revolto.

- Eu devo tudo ao seu pai, Victoria. Ele foi um pai pra mim quando o meu próprio pai me virou as costas. - sua voz não saiu como um lamento. Parecia mais que ele estava explanando uma palestra para desconhecidos. - Parte do que sou, devo ao Otavio. Eu não posso simplesmente esquecer e traí-lo dessa forma. - Vic tentava processas aquelas palavras, mas não fazia sentido pra ela. Ele voltou a olhar na direção do mar. - Quando ele pediu para conversar comigo naquele quarto de hospital, eu o vi vulnerável como jamais tinha presenciado. Ele estava apovorado pensando que poderia ter morrido e te deixado. - Miguel deu um longo suspiro e continuou. - Ele me pediu que cuidasse da minha irmãzinha. Irmãzinha. - ele riu sem nenhum humor. - Céus, e eu tinha transado com a minha irmãzinha. - ele voltou a olhá-la. - Você tem noção do quanto eu me senti sujo? Do quanto eu me senti miserável e traidor? Por isso nós vamos parar por aqui e vamos esquecer o que fizemos. - ele olhou novamente para o mar e se calou.

Vic não disse nada. Limpou as lágrimas que escorriam por sua face. Levantou-se e foi embora sob o olhar intenso de Miguel.

Um mês depois, Miguel já havia concluído o curso de história e estava de malas prontas para ir aos Estados Unidos fazer mestrado.

Num rompante Vic entrou no quarto de MIguel. Ele que estava escrevendo algo em sua escrivaninha se sobressaltou. Só usava uma calça jeans. Já passava da meia noite e no outro dia logo cedo ele partiria. Os pais já dormiam.

- Você vai mesmo embora?

Ele inspirou o ar profundamente.

-Ficar aqui e ver você todos os dias só torna tudo mais difícil, Vic.

- Você está fugindo, Miguel.  E há coisas na vida em que mesmo que se escape ou corra. Acaba cansando.

- Vic...

- Eu sei que doi em você . Mas sabe? Já é tarde. Nós nos amamos. Você vai mesmo abrir mão de nós?  Do nosso amor?

- Me perdoa, Vic.

Os olhos dela brilharam devido as lágrima sque já ameaçavam cair, mas ela nada disse e saiu do quarto em direção ao seu. Miguel foi atrás dela e entrou no quarto dela trancando a porta.

- Sai daqui, Miguel. - disse sem olhá-lo.

Ele a abraçou por trás e sorveu o cheiro dela.

- Me perdoa,Vic. - sussurrou. - Eu amo você demais, mas eu não posso.

Ela se virou pra ele e atacou sua boca. Miguel correspondeu ao beijo. E foi um beijo carregado de grande necessidade, mas também com infinita ternura.

- Faça amor comigo, Miguel. - disse ela entre o beijo fazendo-o encará-la. - Eu preciso sentir você uma última vez.

Ele também queria. Então cedeu.


Miguel apertou-a nos braços. Vic correspondeu com frene­si, abrindo os lábios para receber mais um beijo ardoroso. Aqui­lo era maravilhoso! Era como mergulhar num lago de águas cristalinas e quentes. Sentia o desejo fluir pelo corpo, dominando-a, transformando-a. Amava-o mais que tudo.

Já não pensava mais. Não queria pensar que em poucas horas ele estaria partindo. Era toda emoção, seu corpo vibrando ao mais leve toque das mãos dele. Ele a deitou na cama e raidamente os dois estavam nus. E quando Miguel entrelaçou as pernas nas dela, ela gemeu, ansiosa ao que aconteceria. Uma de suas mãos foi deslizando pelo peito forte, até alcançar o ventre, enquanto roçava os lábios nos mamilos rijos do peito másculo.

- Oh, céus, como eu amo você, Vic.

Vic não deixou que ele continuasse falando. Beijou-o com fúria, entregando-se ao calor daquelas carícias alucinantes. Não poderia mais esperar. ELes não tinham muito tempo. Desejava-o. Amava-o. Queria unir-se plenamente a ele. Para sempre.

Miguel rolou na cama, apoiou o corpo sobre o dela e fitou-a.

- Você sempre será o amor da minha vida.

Num gesto delicado, forçou com o joelho a abertura das per­nas dela, enquanto brincava com os mamilos , sugando-os lentamente. Vic estremeceu de prazer, arqueou o corpo e abraçou-se a ele, louca de amor.

Miguel infiltrou-se entre as coxas, penetrando devagar num mundo quente e úmido. Vic sentiu-se ainda mais plena ao senti-lo sem o plástico do preservativo. 

Devagar a princípio, depois mais acelerado, ela acompanhou o ritmo do amor, os corpos subindo e descendo, as ondas de prazer cada vez mais fortes e envolventes, até que um gemido forte escapou dos lábios de Vic. Ela havia chegado ao orgasmo. Então os movimentos dele foram se intensificando ainda mais até que ele se derramou dentro dela. Foi quente. Mágico.

- Eu te amo! -  murmurou antes de rolar para o la­do e puxando-a para seu peito. - Nunca se esqueça que eu te amo demais.

Vic nada disse, mas ele sentiu as lágrimas quentes que caiam em seu peito. Ele também chorou enquanto fazia carinho nos cabelos dela.

Envolveram-se num abraço, os corpos úmidos de suor uni­dos como um só, e assim, em meio as lágrimas silenciosas, adormeceram.

No outro dia Vic acordou sozinha na cama. Vestiu rapidamente o babydoll e foi até o quarto de Miguel. Vazio. Foi procurar em cada canto da casa, mas tudo estava vazio e no mais completo silêncio. Ela voltou pro quarto arrasada. Sentou-se na cama e chorou. Foi assim que avistou um envelope no criado-mudo. Estava escrito seu nome e era a letra de Miguel. Ela leu o conteúdo daquela carta e chorou. Mais uma vez. Mas ela prometeu pra si mesma que aquela era a última vez que chorava por ele.



Caminhos Cruzados (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora