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Duda se olhava no espelho enquanto se barbeava e pensava em como tinha sido tolo ao se afastar de Isabel. Quanto tempo havia perdido por ter tido medo. Medo de sofrer por amor como sofreu por causa de Patrícia. Medo da decepção. Medo de ficar vulnerável. 

Ele havia feito aquilo neste fim de semana. Levar Isabel e Gigi para Madri era uma coisa. Inseri-las dentro de sua vida era outra. E, sim, ele fizera isso, transfor­mando um quarto de hóspedes num quarto de bebê, mudan­do Isabel do quarto de hóspedes para sua própria suíte. Ela havia protestado, dando todos os tipos de razões pelas quais aquilo era um erro, e talvez porque uma pequena par­te de Duda concordasse, ele a envolvera em seus braços, acalmara-lhe as preocupações com beijos e transferira to­das as coisas dela para seu quarto.

Seu próprio pai não tinha sido o melhor pai do mundo. Era alcóolatra. Batia na mãe. Até o momento em que Duda cresceu e pôde defendê-la. Ele tinha medo de ser igual ao pai. Afinal, ele tinha partido pra bater no pai quando pela última vez ele levantara a mão para sua mãe. Mas aquela lembrança o fez sorrir ao lembrar que Bel fora quem o consolou. Aquela menininha que vivia atrás dele o abraçou e chorou junto com ele. Talvez o destino deles tivesse sido traçado bem antes. Os caminhos dos dois os levaram para caminhos diferentes, mas eles voltaram a se encontrar. Por duas vezes. E ele não queria jamais voltar a se afastar dela. Nem de Gigi.

A vida apresentava obstáculos a todos, certo. E, claro, algumas vezes você não sobrevivia a estes, mas, outras vezes, sim. E, quando sobrevivia, transpunha-os ... Duda sorriu, abriu a torneira e lavou o rosto, removendo o creme de barbear restante.

Quando você conseguia, a vida era espetacular.

Ele pegou uma toalha e enxugou o rosto, enquanto olha­va ao redor do banheiro. Um dia atrás, o espaço tinha sido totalmente masculino. Nada sobre o balcão de mármore da pia, exceto seu creme de barbear, um barbeador elétrico que raramente usava, um pente e uma escova. Todo o resto estava fechado nas gavetas abaixo. Agora, potes de creme, um vidro de perfume, uma escova de cabelos com cabo perola­do, e mais uma dúzia de itens jaziam sobre a pedra.

As coisas de Bel. Adorava vê-las ali, o que não com­binava com um sujeito que tinha de contar até dez para se acalmar se alguma mulher esquecia um batom em sua casa.

Mas Isabel não era uma mulher qualquer. Ela era... espe­cial. Linda. Brilhante. Sexy. Perfeita. No dia anterior eles acabaram passando a maior parte do mesmo na sala, lendo, fazendo palavras cruzadas juntos, brincado com Gigi. Aquele bebê era espetacular. Sorria encantadoramente e quando chorava, soluçava e fazia biquinho como se seu coraçãozinho tivesse partido.

- O que foi? - perguntara Duda em pânico mediante o choro de Gigi.

- Ela está com soninho e faz manha para eu dar o peito. - respondera Isabel, sorrindo e então dera o peito ali mesmo no tapete da sala.E o que ele sentira, observando o bebê mamando no seio de sua mulher, quase o desfizera.

Caminhos Cruzados (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora