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Miguel estava na sua sala na Universidade de Princeton

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Miguel estava na sua sala na Universidade de Princeton. Olhava pela janela e tomava, como de costume, seu café. Ele via diversos alunos sentados nos jardins. Alguns estudavam. Outros conversavam. Riam. Brincavam. Enfim, aproveitavam a chegada do verão. Ele já fora um daqueles estudantes. Hoje Miguel era Ph.D. em História e lecionava numa das mais prestigadas universidades do mundo.

Aos 29 anos podia se dizer um vencedor. Galgara os degraus de uma bela conquista profissional. Mas ele não se sentia feliz. Não longe do amor de sua vida.

Sua mãe, Claudia, engravidara aos 16 anos do homem que pensara ser o amor de sua vida. Mas esse homem a abandonou e seus pais, muito rigorosos e tradicionais, a viraram as costas. Mas sua mãe sempre lutara por ele e conseguira sobreviver da forma que podia.

Quando Miguel estava com 15 anos, sua mãe conheceu Otávio. Ela era garçonete num Café que ele nunca frequentava, mas quis o destino que ele fosse naquele dia. Depois de muitas conversas e insistência por parte de Otávio, Claudia aceitou sair com ele. A pobre mulher aos 31 anos apenas, não acreditava mais nos homens. Mas Otávio a fez ver que nem todos eram iguais ao pai de seu filho.

Otávio pagou para Miguel a mesma escola que a própria filha frequentava. Para sua mãe ele montu uma levraria pois descobrira que era seu sonho. Apesar da mãe ter parado de estudar para trabalhar em prol do sustento dela e do filho, era uma mulher muito culta, pois lia bastante. Ou seja, a vida deles mudou completamente. Claudia amava o marido. Miguel amava e admirava aquele homem que  se tornara seu pai. 

Miguel viu em Otávio a figura paterna que sempre lhe faltou. Apesar de a mãe ser maravilhosa, ele não tinha um homem com quem conversar ou se espelhar. Mas Otávio foi, de cara, o pai que ele precisava e os dois se identificaram rapidamente. Miguel sorriu ao lmbrar quando conheceu a filha de Otávio. Uma menina de 11 anos, com aparelho nos dentes, de franja e pernas finas. Era um verdadeiro pé no saco. Ele vivia a infernizando. Mas depois os sentimentos se tornaram conflitantes. Victoria se tornara  linda e com um jeito de menina- mulher. Era sua irmãzinha como sua mãe dizia e ele não podia deixar que nenhum idiota lhe fizesse mal, como o pai fizera com sua própria mãe. Então, sem que ela soubesse, ele começou a protegê-la. Ameaçava todos os possíveis colegas da escola dela que pudesse chegar perto dela. E durante algum tempo, ele a manteve distante dos garanhões que ainda cheiravam a mijo.

O problema foi quando ela descobriu, aí foi um Deus nos acuda. Victoria fez um escândalo. Mas Miguel se viu diante de um terrível conflito: num impulso, beijou Victoria. Pediu descupa e saiu desesperado do quarto dela.

O que havia sido aquilo? Por que beijara uma menina de 15 anos? Será que ele era igual ao seu pai? Logo a filha do homem que tanto amava e admirava? 

Ele teve uma das piors noites de sua vida. Jurou para si mesmo que jamais seria como seu pai biológico. Jurou que respeitaria a filha do homem que o tratava como um filho.

Caminhos Cruzados (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora