Capítulo 01

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Angie
Vou te falar tem vezes que me arrependo de ter nascido, ou até mesmo por ter escolhido a profissão que escolhi. ...

Segundo a Lei de Murphy, que tem a solene frase que diz:

"Se algo pode dar errado, dará". 

Embora eu prefiro esta: 

" Nada é tão ruim que não possa piorar..." 

E aqui começou tudo que poderia piorar na minha curta e insignificante vida de desempregada, o que me consola é saber que não sou a única, no Brasil sou uma entre milhões de desempregados, bem preparados ou não.

Para começar meu nome é Angelina Junqueira da Silva, chamada pelos íntimos de Angie, brasileira de São Paulo capital , 25 anos me formei em comunicação social, mas acabei caindo em relações públicas, e ainda para melhorar minha atual  situação, eu vim parar no Marrocos, um país onde mulher é tratada como meras reprodutoras, não todas,  mas em sua grande maioria, ao menos é o que ouvimos sobre este país, talvez seja exagero, mas nunca parei para aprender sobre o povo do Oriente, agora até bateu um arrependido.

- Bom, o que não tem remédio, curado não ficará, droga meu primeiro ditado popular e sei que não é isso, mas um dia saberei como é.

Porém uma coisa eu tenho certeza...

Com ou sem remédio, devo estar doente da cabeça quando aceitei vir para o Norte de África uma cultura mulçumana que boa parte é semelhante aos primórdios do Oriente Médio. 

O jornalismo me deu muitas experiências, muito trabalho freelance, mas  dinheiro que é bom, não.

Então, quando achei que tudo estava perdido, surgiu uma oportunidade única, ganhar em dólares ou euros um ótimo  salário, ter moradia grátis  e eu só irei precisar aguentar o autoritarismo e o machismo do povo árabe, isso eu tiro de letra, afinal sou mulher brasileira e  moderna, e nenhum dos árabes vai se meter a besta comigo. 

 - Ou vai? Não, acho que não...

Resolvi fazer as malas e dizer para meus pais, sou livre, posso me cuidar sozinha e adeus controle e alô conta bancária com dinheiro. 

Fazer o que? 

Gente eu  estou  economicamente falida,  e agora  vou ganhar de novo o meu próprio dinheiro por meus meios, como fazia antes de ficar desempregada, e não vou ter que voltar para casa dos meus pais com o rabinho entre as pernas. 

A duas semanas tudo mudou com a notícia que fui aceita para participar de uma entrevista com a Sultana Azirah Abuldaby, então, eu  falei junto com o adeus, a palavra liberdade financeira. 

Certo que não falei eu gritei mesmo. .. a palavra LIBERDADE, dependo apenas de mim. Sabe a satisfação que se sente em novamente poder ser dona do meu destino.

Minha  família é complicada, meus pais queriam uma boa filha bem casadinha e com netos, eu quero sucesso e grana...  Larguei tudo e vim para o Marrocos com coragem, determinação e sem grana nenhuma apenas com meu ultimo e pequeno salário de um free lance que fiz para uma emissora independente de TV, me recuso a aceitar o dinheiro de meus pais de novo, este último ano já foi o suficiente ter que morar com eles e dormir no meu antigo quarto com uma parede pintada de preta e ainda olhar os Posters de banda de Rock que curtia na adolescência, agora vou ter meu dinheiro minhas regras, quando não muito uma decoração de acordo com minha idade.
Eu cresci ,né gente?
Não posso viver de mesada de um homem que é professor de inglês numa conceituada faculdade de São Paulo e não quero ser do lar como minha mãe, a isso não. 

Desde que me formei trabalhei em vários empregos, tinha meu lugar no mundo, sai de casa, dividia o aluguel com mais duas amigas da faculdade,  eu comprei um Fiat uno usado com meu trabalho, viajava para muitos lugares e namorei alguns carinhas interessantes, alguns com grana e outros nem tanto, mas não eram o homens que fariam eu pensar em casamento como parte de minha vida, eu tenho que dizer que sou normal,  e sim, eu quero o cara certo, vejam que disse certo, e não perfeito.

Caminho para a Redenção 👣 Sheik Amir Abuldaby 😎(Completa☑)Onde histórias criam vida. Descubra agora