Capítulo 44

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Angie 

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Angie 

Estou me sentindo atropelada por um trem desgovernado, meu corpo tem a marca das mãos dele nos braços e pescoço, ganhei cores que vão da rosadas até as roxas, quem ver estas marcas pensarão que fui agredida fisicamente e não que tive uma rapidinha intensa e voraz em um banheiro, ontem depois de esmurrar a porta até a exaustão, eu terminei meu banho e dormi chorando igual um bebezinho, senti falta até do meu travesseiro que sempre esteve presente na minha vida chorei nele quando cai de minha primeira bicicleta, chorei quando me apaixonei a primeira vez na adolescência e meu pai colocou o pobrezinho do menino para correr, festejei abraçando ele quando passei no vestibular, festejei com ele o meu primeiro carro e também o único aquele Fiat velhinho, chorei e festejei quando fui embora de casa para morar com minhas duas amigas e festejei quando vim pra cá, meu companheiro de uma vida, agora choro até por ele não esta aqui e não consegui parar de chorar e agora eu não vou poder colocar as lentes de contato de novo. 

Eu  vou ter que usar aqueles temíveis óculos escuros de Naira por que o outro eu perdi, desta vez também para cobrir as olheiras estou parecendo um palhaço do mal...

It - A coisa...

Vesti o enchimento de espumas e coloquei o roupão a única peça de roupa que restou, levou até o smoking por que joguei no chão do quarto, ainda tenho trabalho a fazer na empresa e deverá ser o meu último trabalho, já que com certeza vou ser demitida por justa causa, o Sheik conseguiu achar uma falha no meu serviço.

Eu sou mulher!

Este foi o acordo, não ser mulher...

Eu sai do quarto amarrando o cinto.

" Eu  espero que ele abra as porta hoje e devolva minhas coisas."

Tomei um belo susto, ele estava sentado confortavelmente no sofá de bermuda e camiseta, óculos de sol pendurados na camiseta, um boné na cabeça e com uma feição sombria fechada, ele me encarava.

- Bom dia Silva... Não sei como devo chamar, senhora...  senhorita ou SENHORA PERERECA SILVA?! Rã Silva? ... Vou chamar de Pererequinha Silva

Ele parecia apertar um botão de volume de algum aparelho, para sintonizar em ondas cutas, medias, longas e moduladas, em alguns momentos gritava enfatizando as palavras, fazendo com que me encolhesse assustada, em outros momentos abaixava voz quase como uma caricia aos meus ouvidos se não fosse a nota vocal hostil e cheia de cinismo, e toda sua dor, ira e revolta ficou evidente em seus olhos que estavam negros como um abismo, continuava sentado pernas abertas, mãos abertas sobre os joelhos, o corpo inclinado para frente, como se fosse me atacar a qualquer momento..

"Deus o que eu fiz?"

- Agora estou curioso... Silva, este é o seu sobrenome mesmo ? Ou também é uma invenção ?!

- Este ... é... é meu sobrenome mesmo ... Silva!

Respondi gaguejando e ridiculamente ainda disfarçando minha voz, a verdade que não sabia como agir.

Caminho para a Redenção 👣 Sheik Amir Abuldaby 😎(Completa☑)Onde histórias criam vida. Descubra agora