"Tchau casa"

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Pego minhas malas no canto do quarto, e lanço um último olhar para o meu quarto. Estaria de volta em 7 meses, mas ainda sim seria muito tempo. Umas lágrimas caem dos meus olhos e eu pego a manga do meu moletom e passo nos meus olhos.

-Tchau casa...

Desço com as malas, como uns eggos que estavam sobre o balcão e chamo minha mãe para dar tchau. Ela só iria pelo final de semana, já que estava resolvendo sobre a escola da Ava.

Essa semana promete!

-Tchau mãe, te amo muito, e te vejo semana que vem!— a abraço e vou em direção a Ava, que chorava silenciosamente.
-Tchau filha...

-Ava, vai ficar tudo bem tá? É só essa semana, e domingo você estará lá, ok?
-Tá bom Millie— ela me abraça, ainda chorando.
-Para de chorar, tá? Vou te ligar todos os dias— a abraço e seco as lágrimas que caiam pelo seu rosto.

Uma buzina dispara e eu logo percebo que é o carro da mãe da Madds. Ela me prometeu que me levaria ao aeroporto e me veria partir.

Saio de casa, fecho a porta e coloco minhas malas no porta-malas(não diga Millie). Entro no carro e encontro Madds.

-Oi tia Lilian, Oi Maddie— a abraço.
-E aí, animada?
-Você sabe que não. Estou com medo.
-Vai dar tudo certo.

Quando eu era pequena, minha família era completa. Pai, mãe e eu. Ava ainda nem era um projeto de gente quando isso aconteceu.

Meu pai era um homem de negócios. Sempre viajando a trabalho e muito ocupado e ainda sim, tinha tempo pra mim. Fazia o impossível e o possível para que ficasse em casa o maior tempo que conseguisse.

Numa dessas viagens, um desastre aconteceu. Tudo começou com uma leve turbulência, que é comum em quase todos os voos. Da turbulência, foi para problemas técnicos. E de problemas técnicos, foi para o chão.
O avião caiu e ninguém sobreviveu infelizmente. E desde então, somos eu, minha mãe e Ava.

Por conta disso, não gosto nada de andar de avião, como se ele fosse cair também. Sempre me lembra o meu pai.

-Espero que sim.

Fomos conversando por todo o caminho até chegarmos no aeroporto. Fiz check-in no e despachei minhas malas mais pesadas e só fiquei com minha mochila. Tomamos um café e andamos por aquelas lojas incríveis que tem no aeroporto.

Última chamada pra voo Atlanta 038.

E assim, sabia que tinha que me despedir. O momento que eu mais queria adiar tinha chegado e eu não estava preparada para isso.

-Tchau Madds, vou sentir sua falta. Te amo muito tá?— eu a puxo para um abraço e ela retribui.
-Eu também.
-Tchau tia Lilian— a abracei e fui.

Quando olhei para trás, vi Maddie acenando. Tudo que eu queria fazer era voltar e sair correndo para ficar um pouco mais. Mas, infelizmente, se fizesse isso, perderia meu voo.

Entrego minha passagem e mostro meu passaporte para a moça que estava no portão de embarque. Passei por aquele túnel e senti que meu sonho estava finalmente começando. Eu andava saltitando, de tanta felicidade.

Mostrei minha passagem e fui orientada sobre onde era minha poltrona. Ando e passo pela 1º classe, um lugar onde eu queria poder viajar, num conforto e espaço só meu. Quando chego ao meu lugar, vejo um menino muito parecido com Noah e outro muito parecido com Finn, bem na frente da minha poltrona. Coloco minha mochila na cabine sobre minha poltrona e tento ouvir a conversa deles, para ver se era mesmo os dois.

Escuto a voz deles e finalmente tenho certeza de que são eles.

-Noah? — eu levanto da minha poltrona.
-Millie?— ele também levanta— Aaaaaa, é você mesmo!
-Simmmm e vocês mesmo!
-Senta aqui com a gente, tenho certeza que a pessoa não vai se importar.
-Ah, tudo bem então.

Passo minha mochila para a cabine deles e me sento entre os dois. Logo um vídeo explicativo começou a passar nas telas a nossa frente.

-Isso não vai acabar nunca?!— eu sussurro pra Noah, que nem prestava mais atenção no vídeo.
-Né, pelo amor de Deus, que demora, tenho certeza que todo mundo sabe que não é pra abrir a porta de emergência se não for emergência.

Rimos e o vídeo finalmente acabou.

-Agora nossa viagem começa...

Vimos filmes, e jantamos. Noah estava roncando do meu lado, e eu não conseguia dormir por medo. Era fácil com eles acordados me fazendo esquecer sobre isso, agora, com eles dormindo era difícil.

Uma turbulência começa e eu aperto forte o apoio para o braço da minha poltrona. O apoio era macio, que estranho. Não, aquele não era o apoio. Era a mão de Finn, que estava ali enquanto ele dormia também.

-Que foi, aconteceu alguma coisa?
-Eu... eu to com medo.

Eu ainda não tinha tirado a minha mão da dele.

-Calma, vai passar, é só uma turbulência.
-É que... meu pai morreu num avião e essa é a primeira vez que ando de avião depois disso.
-Vai ficar tudo bem, tá? Eu to aqui— ele aperta minha mão e eu a aperto mais forte— e se precisar, só abrir a porta de emergência e pular com os esquipamentos— ele disse imitando a voz irritante da aeromoça.
Eu sorrio e fico um pouco mais tranquila.

O avião balança um pouco mais forte e eu aperto a mão de Finn novamente, que me olhava de lado.

Ele finalmente segura minha mão e eu a dele. Aquilo me passava uma segurança que nunca tinha encontrado em ninguém. Eu entrelaço nossos dedos e ele sorri com isso.

-Dorme Mills, você precisa descansar— ele começa a passar a mão por meus cabelos e eu deito em seu colo.
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QUE TIRO FOI ESSE?

Espero que estejam gostando. Se puderem votar e comentar, ajuda muito.
Ah, essa semana promete, aguardem.
Beijosssss❤️
With all my love,
Maria💕

Fã número 1 + [Fillie]- Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora