Clima perfeito

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Aí, a ansiedade me irritava. Não conseguia fazer mais nada, a não ser pensar na tal supresa. O que seria, como seria. Batia minha perna incansavelmente e estalava meus dedos da mão.

Estava arrumada, esperando Finn no sofá. Estava com um suéter vermelho e uma calça jeans rasgada no joelho. Estava de tênis e tinha comigo uma bolsa pequena, que cabia apenas meu celular.

Já tinha bloqueado e desbloqueado o mesmo, entrado nas minhas mensagens, e passado o dedo na tela dos meus aplicativos. Nada de novo por ali. Só mais mensagens de grupos de família e notificações de novas publicações do Instagram da Kyle.

Ligado à televisão e passado, pelo menos, umas 3 vezes pelos mesmos canais, esperando que a programação, chata, de sempre mudasse.

Me olhei no espelho umas 5 vezes, esperando não estar com a maquiagem exagerada ou com a roupa errada.

Peguei até mesmo alguns livros e nada.

Meus caros, apresento a vocês, a ansiedade.

É uma merda, sério.

Viver constantemente preocupado e esperando por algo, que pode acontecer ou não.

Ficar balançando minha perna, pra cima e pra baixo ou estalando os dedos.

Ter caspas.

Respiração ofegante e às vezes falta de ar.

Boca seca.

Ficar com a mão tremendo, como se fosse uma viciada por nicotina.

A campainha toca e eu corro pra abri-lá. Finn estava parado do outro lado, com um moletom amarelo e calça jeans preta. Um tênis branco e pedaço de pano preto na mão.

-Sua aventura começa agora, Mills.

Ele me venda e fecha a porta.

A guio até o carro, coloco o cinto nela, fecho seu lado da porta e entro na caminhonete do meu pai, me sentando de frente pro volante. Coloco o cinto, fecho a porta e ligo o carro.

-Aonde vamos?— a morena pergunta, parecendo curiosa.
-Vamos para um lugar— eu digo, a provocando.
-Que engraçado você, Wolfhard. Já pode fazer stand up— ela diz, ironicamente.
-Eu sei, eu sei. Já que você é uma fã número 1 das minhas piadas, vai ganhar passe vip pro meu camarim.

Ela solta uma risada nasal e eu a acompanho.

Ontem, quando estávamos conversando, ela me contou sobre seus sonhos, suas inspirações e vontades. Me contou sobre ela, sua família e vida. Como pretendia seguir. O que fazia quando estava triste e me recomendou músicas. Fiz o mesmo e, no final, estávamos discutindo sobre playlists. Descobri que sua música favorita é forest fire e seu cantor favorito é o Ed Sheeran.

Na rádio, agora tocava Sweater Weather, do The Neighbourhood. Ela cantava animadamente e marcava a batida da música na porta do carro.

Ela cantava linda e docemente, como um anjo. Sua voz era angelical, e dava um toque especial para música.

-Que silêncio— ela fala, assim que a música acaba.
-Estava te ouvindo cantar... não sei se lembra, mas disse que você canta muito bem.

Suas bochechas agora assumem um tom rosado e um sorriso de canto.

-Obrigada!
-Nada!

Uma outra música, que não reconheço a melodia começa a tocar e Millie acompanha a música.

-I am a lost boy from Neverland
Usually hanging out with Peter Pan
And when we're bored we play in the woods
Always on the run from Captain Hook
"Run, run, lost boy, " they say to me
Away from all of reality

Eu sou um garoto perdido
Da Terra do Nunca
Normalmente saindo com
Peter Pan
E quando estamos entediados brincamos na floresta
Sempre fugindo do
Capitão Gancho
Fuja, fuja, garoto perdido
Eles dizem para mim
Longe de toda a realidade

-Garota perdida? Ilha do Nunca? Ainda bem que eu te achei— desvio meu olhar da estrada por um momento e a beijo pela primeira vez naquele dia. Ela retribui e volta a cantar logo depois.

O caminho não era longo, então estávamos quase chegando.

-Já chegou?
-Não.

-Tá chegou?
-Não.

-E agora, já chegou?
-Nãooooooo!
-Impaciente— ela reclama.
-Curiosa— eu retruco.

Ela mostrou a língua pra mim e voltou a olhar para janela.

-Pronto, agora só preciso fazer uma coisa e a gente já vai ter chegado...

Coloco a marcha do carro pra ré e entro com ele no terreno.

-Chegamos, minha chata favorita.

Estava anoitecendo e o clima estava perfeito. Já era
possível ver algumas estrelas e a lua também já começava a aparecer.

-Já volto.

Vou na portaria, e informo a placa do carro, comprando também, uma pipoca.

-Voltei— anuncio.
-Posso tirar essa coisa?
-Deixa que eu tiro— solto o laço e deixo a venda cair.

-Drive-in? — foi a única coisa que consegui dizer.

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Vocês tinham ideia que a Millie sofria de ansiedade?

Tem novidades vindo por aí... espero que gostem!

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Beijooooo❤️

With all my love,

Maria💕

Fã número 1 + [Fillie]- Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora