Quando Sophia dormiu, Laís a cobriu, se abençoou brevemente e saiu. Foi ao quarto, mas Christopher não estava lá. Não queria ser pega de surpresa, então saiu vagando pela mansão, agora sombria. Desceu as escadas, e andou pela sala principal, iluminada apenas por alguns abajures. Laís não tinha reparado, mas era uma linda sala. Tudo tão luxuoso. Estava passando a ponta dos dedos levemente pela madeira de um sofá, quando ouviu uma voz que não sabia de onde vinha.
—Me procurando, Mon coeur? —Perguntou, aparecendo na sala, com um copo de whisky quase vazio nas mãos.
Christopher não estava mais com o terno e gravata com que chegara. A calça era a mesma, mas estava com uma camisa branca, solta, e descalço.—Não. —Ela recuou absolutamente assustada.
—Mas eu sim. —Tomou o último gole do whisky, deixando o copo na mesinha de madeira escura.—Bom, eu estou aqui. —Disse tentando manter a calma. —Então, boa noite. —Acenou com a cabeça e ia saindo, quando Christopher riu. Laís disparou em direção a escada, mas num passe de mágica ele a estava segurando por trás.
—Tão fácil, Mon coeur? —Perguntou, passando os lábios de leve no pescoço dela, fazendo-a estremecer. —Tanta coragem lá em cima, e medo disso? —Ela sentiu a mão dele lhe enlaçar a cintura
—Me deixe. —Laís lutava contra os braços dele.
—Quieta, Laís! —Ordenou, com a voz dura. Ele tentou segurá-la, mas Laís não parou.
Ela brigou com Christopher até que conseguiu se soltar. Nessa altura, ele já havia desamarrado quase todo o corpete do vestido. O que não conseguiu desamarrar, rasgou. Ela correu, apavorada, pra trás de um sofá.—Pare com isso! —Laís pediu, se cobrindo como podia.
—Quanto mais você correr, vai ser pior. Eu garanto! —Avisou, se aproximando dela e desabotoando a camisa. —Me deixe em paz! —Gritou, mas Christopher já tinha partido pra cima dela.
Mais uma vez Laís correu. Disparando pela sala, mas Christopher parecia voar. Ele a alcançou e a puxou de volta. Laís se defendeu como pode, e os dois embolaram no chão. Ele se prendeu entre as pernas brancas de Laís, forçando-a a ficar deitada. Ela batia nele com toda a força que conseguia reunir. Com agressividade puxou o vestido dela, rasgando a bainha completamente. Seu vestido, ela o esmerava tanto, e agora eram só trapos. Assustou-se com um aperto que vinha do seu ventre, algo estranho, e viu que Christopher descerá os beijos pro decote da sua roupa de baixo.
—Chega! —Voltou a empurrá-lo. —Christopher, não! —Ela sentiu o rosto queimar de vergonha quando ele rasgou a parte de cima da sua roupa de baixo, deixando seus seios expostos. —ENLOUQUECEU? —Gritou, se tapando com os braços. Mas ele segurou os pulsos dela firmemente. Laís ruborizou barbaramente ao ver que ele lhe observava, com a visão dilatada.
Laís virou a cabeça pro lado e fechou os olhos. Christopher, após algum tempo, desceu os beijos pro colo dela. Ela se assustou quando sentiu ele cobrir um seio seu com a boca. Fora a surpresa, ela ofegou. Sentia algo bom, analisou enquanto sentia a língua dele lhe acariciar. Não era tão ruim. Ela hesitou por um momento. Se era isso que Chris queria fazer, ela deixaria, apesar da vergonha imensa. Assim ele lhe deixaria em paz. Ficou quieta por um tempo, sentindo as caricias dele em seu colo, seios, barriga. Após algum tempo, viu Christopher se afastar, ajoelhando no chão. —Acab... —Ela ia falar, acalmada, quando viu Christopher desabotoar o cinto.—O que é isso? O que você tem? —Ficou assustada, ao ver o volume descomunal na calça dele. Ele riu da ingenuidade dela.
Ela por sua vez se encantou com o riso do marido. Não era maquinado, era franco, ele realmente estava rindo. Até se esqueceu da situação apavorante em que estava. Lembrou-se quando ele cobriu o corpo dela novamente com o seu, e com brutalidade, se pôs a rasgar a parte de baixo do seu vestido.
—Eu não quero! —Voltou a empurrá-lo, mais apavorada que antes.
—Há alguns minutos você parecia querer. —Ele se conteve com aquelas palavras.
—Estúpido! —Ela começou a estapeá-lo, arranhá-lo, e com mais violência ainda ele a agarrou com força, fazendo a menina estremecer de medo.
Dentre tapas, socos e empurrões, Christopher conseguiu desnudar esposa. O vestido dela estava em fiapos, mas mesmo assim fazia o papel do lençol. Ela agora chorava silenciosamente, e covarde, tentava empurrá-lo.
—Você vai me machucar. —Choramingou, ao sentir ele se finalmente se posicionar pra invadi-la.
Mas ele não parecia estar ouvindo. Com um único movimento, ele se enterrou nela. Por dois segundos o sossego dominou, até que o grito de Laís ecoou pela casa vazia. —Você está me rasgando! — Laís gritava desesperada.—Fique quieta. —Murmurou com a voz rouca, segurando o quadril dela no lugar —Vai passar. - Ele acarinhou o rosto dela, repentinamente sossegado.
Mas não estava passando. Doía, ardia, ela sempre sonhou com esse momento, seria bonito, romântico, entrega de ambas as partes, tanto dela quanto do marido. Mas agora estava ela, sendo destroçada por aquele animal. Quando Christopher começou a se mover, ela franziu o cenho, esperando por uma dor que não veio. Ela estava alarmada, atordoada pelo que estava sentindo, e se condenando por gostar daquilo. Mas então ele a beijou. E ela não lembrava mais o próprio nome. Ela só se lembrava de após um tempo ter sentido um turbilhão de sensações levar seu corpo, e então ela desmoronou. Laís acordou no dia seguinte, ao se mexer em algo macio. Abriu os olhos, e o que viu foi o dossel da cama. Ela se sentou e descobriu que doía. Suas costas doíam, os pulsos doíam, ela estava toda ardida, ferida. Mas aquela cama era tão confortável...
Ela olhou pra baixo, e estava vestida em uma camisola branca de algodão, que ela sentia ir até o pé. Tinham cinco travesseiros a acomodando. Dois lençóis a cobriam até a cintura.
Tudo naquela cama era banco: Algodão e linho. Ela se virou, pra dormir de novo, e viu uma bandeja. Tudo que podia se querer pra um café da manhã. Do lado tinha uma rosa vermelha e um bilhete.
"Mon coeur,
Tive que sair, problemas no trabalho. Os empregados estão ai, irão atender tudo o que você pedir. Eu mesmo preparei seu café da manhã. Logo estarei de volta. Não saia de casa.
Esperando que esteja bem,
Christopher."
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A Nobreza
RomanceA Nobreza Antoni por inconsequência havia cometido um erro. No nascimento de Laís sem que a mulher soubesse havia prometido a filha em casamento. Cinco anos se passaram e foi então que ele contou a esposa que a pequena filha do casal seria entregue...