Capitulo 18 Eu Aceito

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Christopher observou Laís ali, de calcinha e sutiã, com o cabelo elegantemente penteado, e os olhos cheios d'água, a ponto de transbordar, e descobriu que lhe machucava vê-la assim. Ele avançou até ela instintivamente. Queria protegê-la. Queria poder amá-la.

-É claro que você não matou. -Tranquilizou em voz baixa, acariciando a maçã do rosto dela. Os dois se encararam por um momento. Havia sentimentos ali. Raiva, ódio, ressentimento, arrependimento, dor. Mas havia outro. Amor, talvez. Nenhum dos dois sabia nomeá-lo. Christopher, por necessidade, encostou os lábios nos dela, afrouxando a mão. Pela primeira vez ele estava dando a ela a chance de rejeitá-lo. Mas ela não o fez. Atirou-se a aquele beijo como se precisasse dele pra sobreviver, enquanto abraçava-o pelo pescoço.

Laís acordou no dia seguinte. Estava cansada, porém, realizada. Em sua memória, havia flashes da noite anterior. Ela foi pra cama com Christopher. "Impossível" pensou ainda de olhos fechados. Mas era tudo tão nítido. Nítido demais pra ser um sonho. Ainda podia sentir a boca dele, sedenta, sobre a sua. Os toques, tudo. Ela abriu os olhos, lentamente. Seu susto foi total. Ela estava... nua? Pior que isso, estava deitada sobre um peito.

Ela ergueu o rosto, com a sobrancelha franzida, e o dono do peito ressonava ao seu lado. Christopher dormia tranquilamente. Laís ergueu o rosto devagar, para não acordá-lo, e mechas do seu cabelo caíram por seu rosto. Havia... Deus do Céu havia uma mordida no ombro dele! Laís arregalou o par de olhos azuis que possuía. Uma mordida, de um vermelho claro, lá estava. Ela ergueu a mão e tocou levemente a marca que sua boca deixou nele, perplexa. Lembrava-se de ter mordido, mas não com tanta força. E ele não se queixou, como ela ia saber? Estava tão... tão... distraída, pra ser irônica. Ela olhou pro quarto, que tinha uma luz agradável. Ainda podia ouvir os gemidos, até mesmo os gritos dos dois. Seu olhar pousou em seu ombro. A marca evidente de um belo chupão habitava ali. Ela tocou a marca, examinando-a, quando uma voz lhe chamou.

-Desculpa se te marquei. -Christopher tinha a voz sonolenta, completamente charmosa. Laís se sobressaltou.

-Eu não me importo. -Disse, sem querer assumir que se afeiçoara a marca, tão perfeitamente desenhada. -Minhas roupas? - Perguntou, apontando pro cobertor branco que tapava os dois.

-Ali. -Disse com um sorriso lindo, antes de apontar pra um trapo no chão. Ele havia rasgado a roupa de baixo dela.

-Ah. -Ela examinou o bolo no chão com o olhar por um instante. Deu a roupa como perdida. As mãos dele haviam detonado tudo. Despertou-se disso quando as mesmas mãos lhe acariciaram o ombro, sutilmente. -O que você está fazendo?

-Estou atendendo o seu pedido. -Laís buscou por sua memória. Não se lembrava de ter pedido nada. -Você me pediu, a meses atrás, pra tentarmos. -Laís encarou-o, lembrando-se. -Eu quero tentar.

Ela o encarou por um minuto. Aquele era o seu Chris. Ficaria bonito pra cara dela, dizer que sim, facilitar as coisas, depois o demônio voltar, e tudo ficar perdido.

-E se eu não quiser mais tentar?

-Bom, então continuaremos nesse chove-não-molha. -Admitiu, erguendo as sobrancelhas.

-Certo, então. -Ela olhou pra frente, pensativa. -E, segundo os seus planos, o que eu devo fazer agora?

-Hum... -Ele fingiu estar pensativo, enquanto esfregava o olho. -Você deve me dar um beijo de bom-dia. -Respondeu rouco de sono, olhando para ela com um sorriso de canto no rosto.

Laís fez uma careta. Christopher apenas riu, e após tocar o rosto dela com a mão, a beijou docemente. E ali estavam os dois. Havia carinho, paixão, perdão, talvez até amor neles. Os minutos se passaram, e aquele beijo não acabava nunca. Só fazia se intensificar. A respiração de Laís já estava pesada enquanto ele prendia ela entre os braços fortes, encostando-a no travesseiro, e deitando-se em cima dela. Ela o abraçou pela cintura, sentindo o peso do corpo dele sobre o seu, e excitando-se com aquilo. Estava prestes a enlaçar a cintura dele com as pernas, quando bateram na porta.

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