(Recapitulando )
-Laís! -Christopher chamou de volta.-SEGURA ELA!-Mandou, e Ian correu atrás da loura. Segundos depois ouviram uma breve luta corporal, e Ian voltou, carregando ela nos ombros, que batia nele.
-ME LARGA, DESGRAÇADO!-Rugiu, se debatendo.
-O que ela tem?-Frederico perguntou confuso.
-Uma enfermeira me deu banho.-Disse, e ele entendeu.
-CALA A BOCA!-Laís rugiu, fulminando Christopher com o olhar.
Demorou até Ian conseguir conter Laís. Depois a loura entrou em protesto, e saiu do quarto do marido, se negando a ficar na presença dele. Laís voltou meia hora depois. Christopher já tinha se fartado, comeu metade da terrina que ela trouxe, e agora Ian tentava tomar o prato da mão de Frederico.
-Quer devolver?-Ian perguntou, batendo o pé no chão.-Você já comeu. - Acusou.
-Mas conheço alguém que ainda não.-Frederico disse, servindo bastante o prato.-Diabo, Ian, vá até a lanchonete e compre um prato. E uma colher também.-Disse, saindo do quarto.
Laís sabia pra quem Frederico estava levando aquilo. Ian, ao constatar que não tinha jeito, comprou uma colher, e saiu com a terrina inteira pra ele. A noite caiu, e Christopher permaneceu no mais absoluto silêncio. De madrugada, controlando uma vontade louca de chorar, Laís resolveu dar um basta nisso.
-Tem noção de como me deixa angustiada? -Perguntou, rompendo o silêncio, parando nos pés da cama dele. O olhar de Christopher caiu nela.
-Não tem por que.-Disse grosso.
-Eu juro que se você não estivesse ferido, eu ia te bater.-Disse, com a voz embargada, e a primeira lágrima caiu. Laís a secou rapidamente.
-Você... você está chorando?-Perguntou, observando-a, atento.
-Maldição, Christopher. Eu tive tanto medo de que você morresse, e então você ficou bem, e eu achava que estava tudo ok. Mas ai você fica assim do nada, e não me diz o que é.-Outra lágrima caiu, repetidamente secada.-Me toma por idiota?
-Não chore por minha causa, Laís.-Pediu, e parecia atormentado.
-Então me diga o que houve!-Insistiu.-Eu sai daqui, e você estava bem. Agora está assim. O que aconteceu, Chris?
-Estar vivo.-Ele comentou, amargo.-Laís, eu estou vivo, mas você não pensou no resto. E se eu não puder mais andar? E se... se eu não for mais homem pra você?-Perguntou, por fim admitindo o que era, e Laís podia ver a agonia nos olhos dele.
-E-era isso?-Perguntou, caindo no choro.
-Eu quis levantar sozinho pra ir pro banheiro. Queria tomar meu banho sozinho, não sou criança.-Ele suspirou.-Mas a enfermeira não me deixou nem tentar me levantar.-Laís riu, e secou o rosto. Christopher era tão idiota!
-E era por isso que você tava assim?-Perguntou, sentindo o alivio inundar seu corpo.
-Você acha pouco? E se eu ficar entrevado na cama, pra sempre? Precisando de alguém pra tudo? Se eu não for bom mais em nada, Laís?-Perguntou, e rosnou pra si mesmo.
Christopher viu Laís rir, e em seguida subir na cama. Ela engatinhou por cima dele, o encarando. O corpo dele todo se contraiu com isso. Tinha sede de tocá-la, de amá-la, como fazia todos os dias, antes do acontecido. Queria poder jogá-la naquela cama, rasgar-lhe a roupa e lhe fazer mulher. Ela parou por cima dele, sem deixar seu peso tocá-lo, e começou a beijá-lo.
-Laís.-Interrompido por um beijo.-O que...?-Outro beijo.
-Você pode ficar paraplégico.-Ela o beijou de novo.-Impotente.-Ele fez uma careta com a menção disso, mas ela o calou com outro beijo-Cego.-Beijo.-Surdo.-Beijo.-Mudo.-Ela o beijou de novo, e ele riu.-E ainda assim vai ser homem pra mim, seu grande idiota.-Rosnou, carinhosamente.
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A Nobreza
RomanceA Nobreza Antoni por inconsequência havia cometido um erro. No nascimento de Laís sem que a mulher soubesse havia prometido a filha em casamento. Cinco anos se passaram e foi então que ele contou a esposa que a pequena filha do casal seria entregue...