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KC - 05
Eu ia e voltada da porta que dava para o cônjuge da princesa. Meu corpo todo tremendo, meu coração disparado. Eu estava disposta a conversar com ela, talvez ser sua melhor amiga, assim como desejara. No entanto precisava saber suas intenções. Friccionei a têmpora, bufado frustrada. Não teria coragem, e não poderia me dirigir assim a princesa.
Desisti, indo para cama. Acomodei-me, cobrindo meu corpo todo. Até que ouço a porta se abrir devagar. Olho por cima da coberta, vendo a princesa com um sorriso tênue nos lábios vermelhos naturalmente, mas seu olhar assustado e cansado. Levantei de imediato. Fui até ela, olhando de cima a baixo completamente preocupada.
— A senhora precisa de minha ajuda para algo, princesa? Parece estar abatida... – termino a frasa num sussurro.
Ela dá uma risada fraca, porém abafada. Anda até a cama deitando lentamente, olhando para o teto.
— Quero que me acompanhe até o jardim. Não consigo dormir e pensamentos terríveis preenche minha mente. – soltou um suspiro angustiado. – sinto que se não fazer isso vou cometer alguma imprudência.
Assenti, pegando meu roupão e sandália. Já ia para o quarto dela para pegar seu roupão, no entanto ela me impediu.
— Irei assim. Não é nada demais. – sua boca curvou-se num sorriso seco.
Saímos do quarto no silêncio profundo. Era minha chance de saber mais sobre ela, e talvez suas intenções. Ao sair pra fora fomos recebidas por um vento gélido. Encolhi-me, abraçando meu tronco para amenizar o frio. A lua cheia clareava o caminho todo. Sentamos ali, em um banquinho de balanço. Olhei para o céu estrelado. Pedido que minha mãe me visse de lá. Iria se orgulhar de mim?
— Senhor seu pai me contou metade da história. – olhou para mim, esperando alguma resposta.
Pigarriei, envergonhada.
— Foi um deslize. Não fui a culpada. Éramos amigas. Eu confiei nela. Mas ela não. – apertei meus dedos nervosa. – não sei o que deu nela. Achei que ela...
— Te amasse? – acredito que fora uma pergunta retórica.
Em um silêncio oco, concordei. Odiando aquela conversa. Por mais que aquilo era eu, se resumia a mim, contava minha história. Eu tinha vergonha dela. Tinha vergonha e ódio de mim. Talvez as pessoas estivessem certa. Eu era um monstro que merecia estar presa. Longe de todos. Sofrendo tudo que cometi. Pagando meu pecado por ter nascido desse jeito. Ter nascido proibida de amar.
— Desculpa. Não queria tocar nessa história. É que ela... ela é muito intrigante... Eu acho...
— Um absurdo. Sim, eu sei. É feio, é errado. É um pecado, é um crime. Mereço a forca. É desrespeitoso, desonrado é...
— Não, não! – interrompeu-me agitada. – não é nada disso, Yerim. Você amou alguém que queria seu mal. Não tem culpa.
Não a respondi. Não tinha o que responder. Apenas fitei o céu, querendo esquecer essa conversa. Querendo esquecer tudo que aconteceu nos últimos dias. Os julgamentos, os dedos apontados, as fofocas, a raiva, a desconfiança. A tristeza e principalmente, a decepção.
— Por quê... Por quê me acomodou ao seu quarto cônjuge? – perguntei.
— Tenho medo de ficar sozinha. Ou de casamentos. Não tenho certeza. – riu-se. – eu sentia no dever de deixar você no quarto ao lado. Você não é uma criadagem. É minha amiga! Você me entende. Eu te entendo. Somos iguais. E estamos no mesmo barco.
Franzi o cenho.
— Mesmo barco? Como assim?
— Uma longa história, Yerim. – olhou profundamente em meus olhos. Meu corpo se erijeceu. – está tarde. Vamos entrar? Acho que o sono está me tomando.
Levantou, bocejando e indo na frente. Fiquei sentada. Ainda confusa com a conversa que tivemos. Queria ter perguntando mais, saber mais sobre ela. Naquele momento eu soube que ela escondia segredos. Ela sabia dos meus, mas eu não sabia dos delas. Se ela quer ser minha amiga, deveria dizer, não?
Afinal, o que ela queria dizer com "estamos no mesmo barco"?. Sem esperar tanto, entrei. Com minha mente martelando incertezas.
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;; kingdom come | joy+ri [red velvet]
FanfictionSéculo 18, onde as pessoas são reservadas e selam por suas reputações. A qual amar diferente é crime. Após ser feita de chacotas, Yerim se ver perdida quando se descobre homossexual e acaba se apaixonando pela amiga, que a traí espalhando seu segred...