KC - 34
Despertar com Joy entrelaçada em seus braços, o rosto sereno tomado pelo sono, a pele alva sendo iluminada pelo sol parcialmente que adentrava pela brecha da janela. Ela me abraçava bem fraquinho, o corpo quente contra o meu. Sorri fraco, acariciando seus cabelos.
Assemelhava que os pássaros cantavam mais alto e o dia mais feliz.
Eu estava mais feliz.
Senti Joy se mexer na cama, se afastando um pouco e despertando. Os olhos cerrados, me olhou, sorrindo logo em seguida. Toquei seu rosto, beijando seus lábios lentamente. Céus!, como eu queria fazer isso. Acordar todos os dias com Joy em meus braços e beija-la em bom dia.
— Dormiu bem? – indagou, sentando-se, encostando suas costas em meu peito.
— Perfeitamente. Melhor seria impossível! – respondo, histérica. – E a senhorita?
— Idem. – ela riu, antes de se levantar. Vi seu corpo esbelto ir até a penteadeira. Vestiu o roupão, escondendo seu corpo. Fiquei chateada com o ato. Era uma visão muitíssimo bela: Joy se levando e se arrumando rapidamente. – Vou preparar o café.
Dito, desceu as escadas. Levantei também, me arrumando. Cheguei na cozinha a ajudando a cozinhar. Toda minha presença resultou em bagunças. Acabamos brincando com alguns ingredientes causando sujeira entre nós e na cozinha, que estava bem organizada.
— Mamãe jamais deixaria eu mexer numa panela ou brincar dentro da cozinha. – comentou rindo, comendo algumas frutas. – As vezes me sinto impulsiva. Muitas vezes surpreendia Sohee oferecendo ajuda. Claro, quando mamãe não estava por perto.
— Uma criança terrível e rebelde. – comentei, bebendo o café e mordiscando o bolo.
— Mamãe é muito soberba. Se porta como, realmente é, duque. E quer que nós sejamos assim, igualmente a ela, soberba. Contudo, tivemos o sortilégio de não sermos como ela. Seria inépcia.
Assenti vagamente, ficando em silêncio. Terminamos o café assim. Aproveitei para arrumar nossas bagagens. Joy disse que iria mandar uma carta para o estábulo próximo das províncias. Ponderei que iríamos andar a cavalo. Não contive um sorriso. Eu amava cavalgar, agora, principalmente, nas colinas. Jeju é maravilhoso e andar a cavalo seria uma dádiva.
Por volta do meio-dia, os cavalos chegou em nosso chalé. Passamos a manhã lendo e conversando sobre nossa infância. Quando o cavalheiro chegou com os cavalos, Joy estava na sala de música. Ao que parecia, estava compondo uma música no piano. E devo admitir, a melodia estava muito linda.
Ela pegou os cavalos dizendo que no fim da tarde, os deixaria no estábulo e logo pagaria. O rapaz antes de se retirar nos ajudou a selar o cavalo e montar.
Começamos o trote com Joy na frente. Joy ficou com o cavalo, muito alto, devo ressaltar, com a pelagem marrom bem brilhante, a crina longa de um marrom claro. E eu fiquei com a égua. Essa era pequena, pois jamais conseguiria montar num cavalo da altura do de Joy. Minha égua era branca, a pelagem bem lisinha e igualmente brilhante. A crina era meio dourada, caía-lhe muito bem.
Acariciei a égua, estimulando que ela andasse mais rápido. De fato, era muito fofa. Adentramos a copa com enorme árvores. O ar fresco nos recebendo. Fechei os olhos, enquanto cavalgarmos lentamente. Era uma paisagem muito linda, e Joy parecia reconhecer aquele lugar de cor e salteado. Passamos por mais algumas copas, desta vez baixas, com galhos no meio. Tínhamos que passar abaixada, juntamente com os cavalos. Sorri, pegando algumas flores coloridas.
— Vamos correr um pouquinho, Yerim? – ela gritou perguntando, parada quilômetros de mim.
— Decerto que sim. Estava esperando sua permissão para tal.
— Conjectura, você quis dizer. – ela me corrigiu sarcástica. – Já que é seu desejo, apenas vamos o fazer. Vejo-a no alto da colina, Kim Yerim!
Após dizer, de prontidão Joy levou o cavalo a correr, balançando as rédeas e pedindo com o assobio para ele correr mais rápido. Sorri, de como seus cabelos voavam rápido, tão delicados, os pés batendo de leve no corpo do animal, estimulando que ele corresse mais. Fiz o mesmo com minha égua, portanto ela não correu tanto. Era um tanto preguiçosa e não gostava de correr. Talvez estivesse cansada.
A estrada mudou drasticamente. Antes estávamos na mata fechada, com grandes copas de árvores e flores secas. A estrada agora era de terra vermelha, com várias árvores nos dois lados. O chão era varrido por folhas amareladas e alaranjadas, que suponho, caiu com a chegada do outono. Sorri, lembrando de como acertara no perfume. Joy fazia aniversário perto do outono, e o perfume que comprara jazia com a estação.
Diminuiu a velocidade, também para dar descanso a égua, admirando a paisagem que era o lugar. Outono era minha estação favorita. Não fazia tanto sol, e sempre de manhã era fresco, no começo da tarde esquentava e no fim a noite era frio aconchegante. Sem contar as flores caindo harmoniosamente. Mamãe sempre me contava histórias sobre o outono... e eu amava todas.
Finalmente havia chegado no alto da colina. Joy respirava rápido, bebendo água da garrafa e dando um pouco para o cavalo que foi pastar minutos depois. Soltei a égua também, amarrando num tronco próximo, onde havia grama. Olhei para a cidade, do alto da colina. Parecia tão menor, me sentia uma gigante. Uma pessoa importante. Joy riu, oferecendo-me água. Aceitei de bom grado, mesmo que não estivesse com tanta sede.
Um vendaval começou e moléculas de areia passou a atingir meu rosto. Escondi meus olhos com o braço, cobrindo por completo. Joy ri ao meu lado, os cabelos atrapalhando boa parte da vista. Tardou até acabar a ventania. O sol estava alto, então não tinha muito o que se ver. Mas podíamos ver o mar agitado no lado leste da colina.
— Queria trazer você de noite. Iria gostar de ver as constelações. – ela me olhou, tirando os cabelos do rosto. – É muito bonito de noite. Mas muito perigoso. Papai não deixava virmos sozinhos, sempre com a supervisão da guarda ou dele mesmo.
— Compreendo. Mas não precisa se cobrar por isso. Vamos ter várias oportunidades de ver as estrelas.
— Eu sei. – ela disse, um pouco convencida e demasiado convicta. Aproximou-se lentamente, com um sorriso travesso nos lábios. – Eu pretendo passar a minha vida toda olhando as estrelas junto de você.
Então, selou seus lábios nos meus.
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;; kingdom come | joy+ri [red velvet]
FanficSéculo 18, onde as pessoas são reservadas e selam por suas reputações. A qual amar diferente é crime. Após ser feita de chacotas, Yerim se ver perdida quando se descobre homossexual e acaba se apaixonando pela amiga, que a traí espalhando seu segred...