자유롭지

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KC-39

Arrumavamos as malas em silêncio. Joy não se pronunciou um minuto sequer. Afeição nitidamente nervosa, ansiosa e medo. O terror em seus olhos denunciava o perigo iminente. Sendo Jimin o protagonista da história.

Fitei a carta encima da cômoda. Queria muito ler, mas estaria invadindo a privacidade do reino. Portanto, era necessário que eu estivesse a par do que se tratava. Talvez eu pudesse acalmar Joy. Ela soltou um suspiro, lançando fortemente a roupa na cama. Sentou-se na cama, respirando rápido, o rosto baixo.

Larguei a roupa ali, indo até ela, preocupada. Sentei ao seu lado, massageando seu ombro. Vi algumas lágrimas ali. Tinha uma tempestade dentro dela. Limpei as lágrimas, beijando seu rosto. Ela sorriu, segurando minha nuca.

— Só você para me acalmar, com os mais simples toques e olhares. – ela disse baixinho, olhando bem fundo em meus olhos.

Era como se a melancolia estivesse tomando conta dela e aquela alegria, sempre escondida pela a fenda mais falsa, estivesse caído e mostrado o real estado que Joy se encontrava. A tempestade dentro dela. As decisões e indecisões. Os medos e terrores. A coragem e o receio. O amor e a morte.

Naquele momento eu queria abraça-la tão forte para transmitir coragem, conforto e bem estar que palavras jamais seriam transmitida.

Puxei ela para se deitar. Sua mente precisava descansar. Joy segurou meu braço, quando levantei-me para preparar chá. Seu olhar pidão dizia tudo. Assenti, deitando sua cabeça em meu colo. Acariciando seu braço e afagando seus cabelos. No silêncio profundo que era aquela tristeza. Talvez agora tudo estivesse realmente perdido.

Acordamos quando uma nova tempestade acontecia do lado de fora. O trovão rasgou o céu, iluminando parte do chalé. Encolhi meu corpo, apertando mais o de Joy. Fazia frio. Joy resmungou alguma coisa, procurando uma posição boa para descansar em meu peito. Não queria abrir os olhos. Fechados evitava ver o mundo terrível a qual nossa sociedade tornou. Dormindo podia sonhar o que eu quisesse tanto para mim, quanto para o mundo. Eu podia viajar em minhas fantasias sem ninguém saber o que se passou, sem ninguém julgar-me.

— Não quero despertar. – ouvi Joy murmurar, a voz embargada. – Tenho medo, Yerim. Tenho muito medo.

Engoli em seco, abrindo os olhos e olhando para seus cabelos curtos, bagunçados numa linha formosa em minha pele. Sua mão em minha barriga apertava o pano de meu vestido apreensiva.

— Não precisa ter medo. Estou aqui para passar tudo com você. – beijei sua cabeça.

Ela negou com a cabeça, antes de começar a chorar alto.

— É disto que tenho medo, Yerim. – sua voz falhava a cada soluço e fungada. – Jimin está louco e pode cometer alguma atrocidade. E ele vai atacar á nós. Mamãe fez a cabeça dele... mamãe o poluiu... mamãe causou dor... mamãe, YERIM – Joy levantou se de repente, começando a gritar e andar de um lado a outro – FOI TUDO A MAMÃE, FOI TUDO ELA. SOMENTE ELA. TUDO SE RESUME A ELA. TUDO, TUDO, TUDO...

Joy se agachou, tocando os cabelos e os puxando, tampando os ouvidos. Encolheu as pernas, indo para trás e para frente. Dizendo murmúrios desconexos. Me arrastei na cama, muito preocupada. Temi em toca-la com receio de fazer algo e ela recusar.

Sentei ao seu lado, a deitando em meu ombro. Tirei as mãos de sua orelha, pegando suas mãos e as beijando, logo as acariciando.

— Ela é má – olhou em meus olhos – matou papai. Eu tenho certeza que ela o envenenou. – neguei, era uma acusação muito grave. – Fez a cabeça de Jimin. Ele... ela fez algo terrível com ele. E Jimin me culpa. Culpa a nós. Eu preciso impedir a coroação, Yerim. Eu preciso.

Ficamos por um tempo nos olhando. Minha língua coçando para perguntar o que aconteceu no reino. Ela se afastou de mim, indo para as malas. As fez rapidamente, sem falar nada foi para o andar de baixo. Suspirei compreensiva.

— Como não podemos irmos agora, Jaebum? – Joy perguntou irritada.

— Princesa, entenda, choveu demais essa semana, a estrada está muitíssimo perigosa para uma viagem calma. – ele explicou novamente.

Peguei os copos com café, entregando-lhes. Joy recusou, focando o cocheiro.

— Não temo á acidentes, Jaebum. Temo ao que meu irmão possa fazer sendo coroado. – ela disse entredentes. – Então, espero que o senhor, seja sensato e obediente e siga minhas ordens. Partiremos assim que o cavalo estiver pronto.

— Perdoe-me retrucar, vossa alteza. Mas creio que a senhora não está sendo sensata. Se a senhora não teme a mão de Deus, eu temo. Tenho uma família para cuidar, senhorita Sooyoung. – o rapaz parecia aflito e receoso.

Joy suspirou. Bebeu o café que recusou.

— O senhor não entende. Ninguém entende. – levantou-se, andando de um lado ao outro. – É questão de vida ou morte. A viagem será segura não acontecerá nada conosco, pode confiar, senhor Jaebum. Vamos viajar com calma, sem pressa. A mão de seu Deus irá lhe proteger. Partiremos assim que o senhor arrumar a cavalaria.

Sem esperar uma resposta do cocheiro, se retirou. Contemplei Joy subir as escadas. Ela estava aflita e não conversava com ninguém. Temi que estivesse me evitando. Olhei melancólico para o rapaz. Entendia ele. Era arriscado viajar chovendo. Ouvia muito casos de desabamento ou acidentes com estrada muito lamacenta.

O cocheiro, com desgosto eminente, colocou a última mala no teto da carruagem, logo a amarrando. Joy observava tudo atentamente, de braços cruzados e a testa franzida. O vento forte balançava seus cabelos curtos. Coloquei o chapéu, acompanhando-a até a entrada. Ela estendeu sua mão enluvada, subindo delicadamente, como uma realeza que tinha que ser. A forma formal que deveria agir. Sorri fraco, me ajudando também a subir. Olhou para o cocheiro, o rapaz negava diversas vezes, o olhar ansioso e preocupado. Joy balanço a cabeça em anuência, observando o cocheiro fechar a porta. Olhei para Joy, que pescou sua bolsinha, pegando uma caderneta começando a cantar uma música desconhecida.

Fechei meus olhos inconsciente, sentindo a doce suave voz de Joy, transformando o carruagem harmoniosa. Sua voz irradiava alegria e conforto. Encostei a cabeça na janela, sendo preenchida pelo chacoalhar da carruagem e a voz melodiosa de Joy, tomando rumo meus pensamentos para o lugar mais obscuro em minha mente.

Fui desperta por uma garoa, o céu trovoando. A princesa estava atenta ao lado de fora, talvez falasse algo para sr. Jaebum. Me arrumei na carruagem, chamando atenção de Joy, que me olhou segurando minhas mãos.

— A chuva piorou, mas estamos na metade do caminho. Sr. Jaebum acha melhor páramos na pensão mais próxima. – ela disse calma, os lábios róseos brilhando. Apenas assenti, sentindo meu estômago revirar.

;; kingdom come | joy+ri [red velvet]Onde histórias criam vida. Descubra agora