빨간 맛

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KC - 07

Passei o fim da tarde ao lado da princesa. Depois do almoço, com sinceridade, ela pediu para que eu a ouvisse tocar, e ensaiar uma música que preparava para o irmão. "Mesmo que ele não merecesse tanto"– segundo ela –, ela sentia-se no dever de fazer aquela canção. Não somente para ela, mas também para agradar seus pais.

Comecei bem a tarde. Conversando mais com ela. Algo em mim dizia que era o momento para sermos íntimas, confessar meus pensamentos e saber mais do seus. O que era, de fato, que estava acontecendo. De tanto ela dizer que eu era sua amiga, decidi tornar a ser. E como sempre, ela dizia meu nome com suavidade. Quase como uma canção. E foi ao som do piano, que descobri sua doce voz e talento para canto. A música era lenta, mas a sua voz era tão suave, limpa, que ouvia até os suspiros nas introduções. Sua voz é calorosa para meus ouvidos. Me senti, realmente, no céu.

Quando terminou parecia que algo em mim faltava. Tudo havia se perdido no profundo abismo. Apenas o silêncio me atormentava. Eu precisava dela. Sua voz era meu refúgio. Eu tinha que ficar perto dela, eu tinha que ser amiga dela. Eu tinha que apreciar sua voz. Eu tinha que ouvi-la falar comigo. Sem ela não seria nada, apenas uma depravada. Sem sua aproximidade seria enforcada, estaria perdida. Não teria forças para continuar. Ela era minha força. Minha amiga.

Yerim? Yerim, está na terra? – Perguntou, passando as mãos enfrente aos meus olhos.

Pisquei diversas vezes, até ver seu semblante divertido. Eu queria, muito, muito mesmo, naquele momento, abraça-la e nunca solta-la. Poder sentir seu cheiro de Jasmine. Poder me deliciar em seu mundo secreto. Poder fazer tudo que tinha direito. Talvez, amar ela eternamente.

— Você está em outro mundo, não é? – perguntou, sentando-se ao meu lado. Seu braço roçando ao meu.

— Sua voz é muito bonita. Abstrair-me por um momento. É tão bom ouvi-la cantar. – fechei os olhos, lembrando de sua voz. Como se quisesse refazer aquele momento. Voltar tudo de novo e repetir diversas vezes, até eu enjoar. Ou seja, nunca.

— Se você permitir posso te levar a outro mundo. Somente meu, apenas com minha voz. – abri os olhos imediatamente.

Seu rosto estava muito próximo do meu. Podia sentir sua respiração no meu rosto. Estava irregular assim como o meu. Se fosse pra frente uns 2cm nossos narizes iriam encostar. Mesmo com todo aquele arrepio, o coração acelerado, continue encarando-a, tentando desvendar aquele pedido, comentário; não sabia ao certo. Tentei mesmo não pensar em outra coisa – como um flerte –. Mas não consegui. Eu queria muito ir no mundo somente dela, e eu já imaginara o que era. Eu queria muito que sua voz me tirasse desse mundo cruel. Eu queria muito senti-la.

— Acho que preciso de um banho. – tirou-me do transe. Levantei rapidamente, pronta para pedir que a água fosse esquentada. Porém ela me impediu. – sem a senhorita e muito gelada. – riu. – você pode... Humm... Falar com seu pai, não? É... Eu preciso correr. Vejo-a mais tarde.

Fiquei sem entender sua afobação e desconforto. Observei ela erguer o vestido e sair correndo. Senti meu rosto queimar. Claro que haveria momentos que ela não precisasse de mim para banhar. Mas eu gostava muito em ajudá-la. Na verdade, eu amava!

Sentada na caderinha, observava meu pai comer numa rapidez surpreendente. Ao que parecia, aguarda tinha que estar mais atenta que o normal. Os preparativos da festa estava a caminho, e tudo precisava ser em seu devido lugar. Meu pai também teria que ir no navio que partirá às 18:00hrs da tarde, para buscar o príncipe. Contudo, como era o capitão guarda, deveria dar as instruções para os outros soldados.

— Appa, come mais devagar. O senhor precisa fazer uma digestão correta. – murmuro, brincando com o pano de mesa.

— Eu sei, minha filha, mas não posso demorar o necessário. – sorriu. A cozinheira olhava de soslaio para meu pai, um sorriso fraco preenchendo o rosto suave. – Sohee, estava muito saboroso. Como sempre.

Agradeceu, deixando o prato na pia. Meu pai sorriu satisfeito. A governanta ficou toda rubra, incapaz de conter seu contentamento pelo elogio. Principalmente porque fora meu pai que a elogiou.

— Senhor não quer mais um prato? Eu faço rapidinho. – perguntou gentil, pronta para preprar novamente um prato.

— Sinto muito, mas obrigada, Sohee. O dever me chama. Realmente, se não estivesse com pressa, comeria mais uma vez.

Então ele saiu apressado, pegando seu capacete. Olhei para mulher que estava tristinha pelo recuso do meu pai. Queria biliscar ele em todas as partes por ser tão mal-criado. Sorri para ela, fazendo um carinho e partindo até meu pai.

— Pai, regras de uma etiqueta. Nunca, nunca mesmo, recuse um pedido de uma mulher. – olhei para ele, sorrindo.

— Isso não é uma etiqueta. E sim socialmente. – riu abafado, andando rápido. – não podia aceitar os caprichos dela, Yeri.

— Pai, ela gosta do senhor. Sabe disso, não?

— Faz um tempo que percebo isso. – olhou para aliança. – mas eu não posso, Yeri. Não agora.

— Pai... A mamãe está em um lugar melhor. O senhor precisa seguir enfrente, mesmo que seja difícil. – fitei ele mexendo na aliança. – por isso que o senhor colocou de volta?

Com um suspiro doloroso, pude ver meu pai segurar o choro. Eu também estava assim.

— Ela já sabe que Eunwoo morreu. Coloquei por sentir falta dela. Por sentir falta de todos os momentos que não aproveitei.

Sem dizer nada, abracei meu pai forte. Como se nós dependessemos daquele sincero abraço. Deixei que suas lágrimas banhasse meu ombro. Acariciei seus cabelos, tentando conforta-lo da melhor forma que podia. Nós perdemos mamãe muito cedo. Com uma pneumonia muito grave. O doutor Baek deixou bem claro que não havia o que ser feito, a não ser deixá-la por si só. A doença estava em estágio avançado, e tudo que podíamos fazer, era deixar mamãe quieta. Até não existir mais na nossa presença.

Com a morte de mamãe, papai ficou degolado. Não queria mais viver. Vieram os vícios e as perdas de nossos bens. E tudo que restara uma casa mal acabada, pouco dote, pouco dinheiro. E meu pai trabalhar como capitão da guarda. Não era algo extraordinante quanto ajudante de criador de cavalos, mas era algo que dava para sobreviver. Até tudo acontecer comigo.

Mesmo que ele não admitisse, eu sabia que havia arruinado tudo. Estava tudo pronto para o casamento, meu dote havia aumentado e os pretendentes surgindo. Contudo, não era aquilo que queria para minha vida. Também não é isso que quero para o resto dela.

;; kingdom come | joy+ri [red velvet]Onde histórias criam vida. Descubra agora