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KC - 01
1886
Peguei minha xícara de café sob a mesa. Admirando a vila do lado de fora. Pensando o quão as pessoas são perigosas, e qualquer mexerico pode estragar a vida de alguém. Simplesmente destruir o inocente. Beberiquei meu café, olhando de relance para o barista.
O rapaz de mais ou menos vinte anos, era muito receptivo com seus clientes. Um tanto gracioso e sorridente. Muito atento aos pedidos. Me perguntei se ele sabia algo sobre a fofoca que circulava na vila. No entanto, ele me atendeu como uma pessoa comum; não uma aberração – como as pessoas, normalmente, estão me tratando.
Aguardei minha companhia ansiosa. Era pessoa que mais gostaria de ver no fim de tarde tão atordoado. Queria parar o tempo e fazer com que as pessoas parassem tanto de me encarar como ser desconhecido. Minha companhia demorava tanto, apenas ela era minha salvação. Ou eu poderia ser a salvação dela, já que fui convocada pela mesma. Na verdade, meu pai fez a digna obrigação dele de me recomendar como camareira para princesa.
Era o máximo que podia fazer, depois que minha reputação foi água abaixo, e minha dignidade pro lixo. Era o mínimo que tinha que fazer para recuperar tudo e acabar com os maus olhados, com as fofocas infinitas. Na verdade, ninguém ali, na vila, me conhecia. Ninguém sabia o que se passava em mim. Era muito raro trocar palavras com as pessoas dali. Eu sabia o quanto elas eram cruéis e com a língua solta. O veneno escorriam nos olhos.
Fechei os olhos, afastando aquela noite terrível. A noite que tudo aconteceu. Queria poder passar um apagador, e ninguém saberia de nada. Desejaria ter confiado menos nela. Ou, ter descoberto quem ela era realmente. Minha vida virou um inferno de ponta cabeça. Mas ela, agora, vive tudo no bom e do melhor. Meu próprio pai finge rejeitamento. Nesse momento, concordo com ele. Eu posso ser a camareira da princesa, assim a fofoca irá diminuir enquanto estiver longe. E quando voltar, minha vida vai ser igual a antes. Com segredos que só eu sei.
Do lado de fora da janela, um alvoroço me chamou atenção. Todos estavam na rua, admirando a princesa descer da sua linda carruagem. Levantei involuntariamente. Nunca tinha a visto de perto, apenas por desenhos espalhados nos comércios. Os desenhos eram simplesmente perfeitos, tão detalhados. São exatamentes iguais a ela pessoalmente.
Sua beleza é radiante. Deixava todos encantados. Vislumbrei ela descendo da carruagem de forma delicada, exalando luxúria, charme, brilho para todos os lados. Seu vestido longo com detalhes preciosos das pérolas rosadas. Uma onda branca com rosa bordada, dando total atenção ao seu corpo. O espartilho deixando seu corpo mais vislumbre o possível. Os cabelos longos ao lado, em uma trança linda realçando seu rosto redondo e sorridente.
Perdi o equilíbrio por um minuto. Acompanhei, espantada, sua entrada a cafeteria. O olhar da princesa se encontrou rapidamente ao meu. Envergonhada, fiz uma reverência educada, sem lançar olhar a ela. Senti seus olhos em mim, meu corpo todo esquentou.
— A senhorita deve ser Kim Yerim? Estou certa? – Perguntou, entregando sua bolsinha ao guarda e sentando.
Assenti, fazendo o mesmo. Sorri para ela.
— Seu pai me contou o que aconteceu com a senhorita – Sorriu. – Seremos grandes amigas, Yerim.
A princesa me olhou ainda sorrindo. Um olhar diferente, pouco estranho. Pouco malicioso, contente. Mesmo com aquilo, assenti. Ela parecia muitíssimo simpática. Talvez nós seríamos mesmo amigas. Mas aquele olhar me dizia outra coisa. Meu coração falava outra coisa!
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;; kingdom come | joy+ri [red velvet]
Fiksi PenggemarSéculo 18, onde as pessoas são reservadas e selam por suas reputações. A qual amar diferente é crime. Após ser feita de chacotas, Yerim se ver perdida quando se descobre homossexual e acaba se apaixonando pela amiga, que a traí espalhando seu segred...