KC - 21
Assim como o príncipe Jimin me disse para refletir suas palavras, o fiz. Tudo que eu fazia, para distrair um pouco, eu lembrava das palavras. De suas expressões ao pronunciar. A verdade obscura que escondia. De fato, éramos um caso perdido, que nem para ganhar liberdade e aceitação éramos capazes de receber ou vencer. Talvez nós devemos ter medo mesmo. De como possamos ser tratado diante de pessoas "normais". Fechei os olhos, enquanto mexia as batatas que Sohee havia pedido.
Relembrei que por pouco meu fim não havia chegado. Corri risco em ter me descoberto. Um terrível risco. Eu entendia o porquê de Jimin não contar nada, ou tentar correr atrás de direitos. Séria terrível para todos como nós. Séria um massacre, uma catástrofe! Só de pensar que há vários como nós, que tem medo de se assumir, mesmo desejando muito o fazer. Tinha consequências admitir que você não faz parte do padrão da sociedade. Essas consequências todos passariam, sem exceções.
Fui surpreendida pela a entrada da rainha. A mesma procurava sucessivamente a governanta. Larguei a colher de pau encima do fogão, abaixando a cabeça em reverência e total respeito. Senti seu olhar contragosto e desprezível sobre mim. Era isso que realmente era. Apenas uma desprezível que comete pecado e um crime terrível. Um ser que não tem sentimentos, emoções, coração, tristeza e ainda por cima, culpada de tudo. Nós iríamos ser vistos assim. Como pessoas para desprezar até a morte! Sem pena, sem importar seu caráter ou sua classe social.
— Onde está Sohee, pecadora? – perguntou ignorante.
— Sohee foi falar com o homem dos porcos, senhora. Me deixou sob supervisão da cozinha. – respondo, falhando algumas palavras.
— Chame-a imediatamente! Preciso dela na cozinha. Não de uma depravada. – Rosnou como se fosse um monstro.
Fiquei estática com tamanho desprezo e ignorância. Apenas anui, pronta para me retirar. Quando a ouço berrando. Olhei para trás e a colher de pau estava pegando fogo. Entro em desespero interno e externo. Se a rainha já me odiava, agora iria querer minha morte de imediato.
Corro para o poço, a procura de água. Encho o mais rápido que podia, e joguei no fogão a lenha, acabando com todo o fogo ali. Suspirei aliviada, enquanto a rainha parecia entrar em colapso. Achei de fato um exagero, até por que não queimou todo o fogão só as coisas ao lado. Não era necessário nem jogar água em tudo.
— Santa virgissima!! O que aconteceu aqui? – Sohee entrou espantada. Ajudei-a pegando um dos porcos.
Estava envergonhada, e rainha não saíra de sua posição fetal e assustada. Apenas encolhi meu corpo, enquanto Sohee ia falar com ela. Fechei os olhos, desejando minha morte. Era isso que deveria acontecer comigo, desde meu nascimento. Morrer! Nasci no mundo errado, nasci toda errada. Sou um fardo na vida de todos. Sou uma depravada que merece algo a mais que a forca.
— Tire essa depravada de minha cozinha, Sohee! Você é uma irresponsável por deixar uma imbecil na cozinha! – vociferou irritada. – Essa criatura quase queimou a casa toda! É uma louca. Amanhã mesmo irá para a guarda! Não irei esconder uma criminosa em minha casa!
— Perdão, senhora. – digo, quando ela passou por mim batendo o ombro, quase me derrubando.
Ouvi alguns suspiros de Sohee. Ainda mais envergonhada, larguei o bichinho na cozinha. Encolhendo o corpo ainda mais. Abracei meu corpo, encontrando uma forma sensata de pedir desculpas para a governanta. Eu iria sair daquela casa amanhã mesmo. Só trouxe problemas para todos. Principalmente para Joy.
— Me descul...
— Não precisa, menina. – me interrompeu, com um sorriso tênue nos lábios. – foi só a colher que pegou fogo. Só não gostei da forma sádica que a rainha falou com a senhorita. Muito desrespeitosa. Tenho pena da pobre alma dela.
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;; kingdom come | joy+ri [red velvet]
Fiksi PenggemarSéculo 18, onde as pessoas são reservadas e selam por suas reputações. A qual amar diferente é crime. Após ser feita de chacotas, Yerim se ver perdida quando se descobre homossexual e acaba se apaixonando pela amiga, que a traí espalhando seu segred...