Capítulo 26

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       Eles estavam sentados no sofá, ofegantes e tentando entender tudo o que tinha acontecido. Um ao lado do outro, nada diziam. Então, Hugo levantou do sofá, meio sem jeito e disse:

- Vou tomar um banho. Trocar essa roupa, suja de sangue. - Falou, tirando o casaco todo manchado.

- Tudo bem. Eu espero você tomar banho para depois eu ir. - Disse ela, deitando no sofá.

- Tudo bem, vai você primeiro. Eu espero. - Disse ele, deixando-a ir primeiro para o banho.

- Não, vai você. Eu vou depois. Eu sempre demoro mais. - Falou ela, tranquila e sem pressa.

- Tem certeza? Eu não quero tanto assim, sabe. Tomar banho. Eu espero você ir. - Disse ele, insistindo.

- Hugo, eu estou bem. Vai lá. Eu vou depois. Relaxa. - Ela falou piscando para ele, deixando-o bobo e sorrindo.

- Certo então, vou lá. Qualquer coisa, só me chamar. - Disse ele, indo para o quarto que agora era dela.


      Ele entrou no quarto e a primeira coisa que notou, foi a cama. Ah! Como ele sentia falta de dormir ali com ela. Entrou e seguiu para o banheiro. Despiu-se e entrou na água do chuveiro. Deixou a água quente lavar seu corpo e levar pelo ralo, os vestígios de sangue. Ele refletia sobre essa noite confusa e o que aconteceu. Talvez fosse melhor, ele ficar mais atento ao redor da floresta. Lembrou da atitude corajosa dela e sorriu. Ela havia realmente o salvado. Isso significava que ela não o odiava?

      Terminou o banho e se enrolou na toalha. Lembrou que tinha deixado ela na cama pela manhã, provavelmente Kelly pendurou ela de volta no box. Foi para o quarto, secou-se e vestiu uma cueca boxer confortável. Vestiu a calça de moletom que usava para dormir, meias e uma camiseta de manga longa. Por fim, voltou ao banheiro, penteou o cabelo, passou desodorante e perfume masculino. Antes de sair do quarto, fitou a cama outra vez.

"O que eu não daria para voltar a estar aí, agarrado ao corpo dela." - Pensou ele, deprimido, saindo do quarto.


- Já? Foi rápido. - Comentou ela, que tinha lido apenas cinco páginas do livro.

- Sim. Quer ajuda para ir até lá?

- Pode ser. - Disse ela, se sentando no sofá.

        Ele ajudou-a a ir até o quarto e ao banheiro consequentemente. Ofereceu-se para dar banho nela, mas ela riu achando que ele tinha outras intenções. De fato, ele não tinha. Só queria ajudar e dar uma olhadinha. De volta a cozinha, ele preparou algo leve para eles comerem agora a noite. Uma vez que ele queria ir deitar e ela provavelmente também devia se sentir esgotada.


     Pegou manteiga, presunto, queijo e tomate na geladeira. Pôs a toalha na mesa e fez algumas torradas, ligando a torradeira. Enquanto o pão torrava, ele esmagou algumas laranjas e fez um suco. Adoçou os dois copos de suco da fruta e trocou as torradas por outros sanduíches que esperavam sua vez. Assim, repetiu várias vezes a troca de pães, fazendo ao total, dez torradas. Pegou dois pratos, deixou quatro torradas em uma e tirou as duas últimas, desligando a torradeira. Seis para ele. Pegou o prato dela e um copo de suco, pedindo se podia entrar.

- Entra. - Disse ela, se enfiando nas cobertas.

- Trouxe algo para comer. Posso vir comer com você? - Pediu ele, não querendo ficar sozinho.

- Sim, sim. - Respondeu ela, pegando o prato e o copo de suco.


      O Metamorfo voltou à cozinha pegando seu prato e o suco. De volta ao quarto, ele sentou na beirada da cama, ao lado dela. Sem falar muito, eles comeram as torradas e beberam o suco. Mas Kelly só comeu três, então ele ficou com uma a mais para janta. Depois, ele juntou os pratos e copos, deixando na cabeceira da cama.

- Boa noite. - Disse ele, saindo da cama.

- Espera. Como a gente fica? Depois de hoje? - Perguntou ela, confusa pois eles haviam se beijado, mas agora parecia que isso não tinha acontecido.

- Eu vou dar um tempo a você. Acho que precisa de um espaço. Eu gosto de você, mas não vou forçá-la a ficar comigo, só por que gosto de você e posso mandar em você, porque sou um "monstro." - Disse ele enfatizando no fim.

- Você não é mais um monstro. Eu aprendi a ver você, além dessa figura que você tenta esconder. - Kelly estava sendo sincera com ele, mais do que acreditava ser capaz.

- Que figura?

- O Metamorfo. Mas você é muito mais Hugo do que um animal. Você só precisa enxergar isso também, como eu aprendi a ver. - Respondeu ela, pegando na mão dele.

- Boa noite, Kelly. - Disse ele, beijando sua mão.

- Boa noite, Hugo. - Sorriu ela, se deitando enquanto ele saia do quarto, levando a louça.


     Na cozinha, ele lavou a louça e limpou a torradeira, conferindo se estava tudo desligado. Trancou a porta da entrada com todos os cadeados e correntes. Mas agora, não era por causa dela, mas sim por receio de alguém entrar e fazer algum mal a ela enquanto dormia. Riu do próprio pensamento.

"Como se alguém viesse até aqui sem um objetivo ou sem saber." - Pensou ele, indo para o quarto.


      No seu quarto, ele fitou tudo. Tinha uma cama de casal, lençóis e um edredom que ele comprou com os travesseiros e o colchão. Tirou o sapato e deitou-se, mas antes, apagou a luz e deixou a porta fechada, porém, sem trancar. Antes de pegar no sono, pensou na hipótese dela ter virado uma Lobisomem, uma vez que foi mordida. Ele não teria mais como saber. Só daqui três semanas. O que restava agora, era esperar para ver.

      Kelly virava de um lado e do outro na cama. Não conseguia dormir. Tinha receio de ter outro pesadelo. Queria que Hugo estivesse ali com ela. Mas seria loucura o que acabará de pensar. Contudo, fez assim mesmo. Levantou da cama com dificuldade, enrolada nos edredons. Colocou a pantufa e de pijama, enrolada nos edredons da cama, ela saiu do quarto. Devagarinho, ela andou até o quarto do Metamorfo. A porta estava destrancada. Respirou fundo e abriu.


      Ao entrar, ficou surpresa por vê-lo dormindo, virado de costas para ela, em direção a janela isolada com grades e madeira. Ela deixou a luz desligada e foi até ele. Jogou as cobertas esticada sobre ele e a cama. Com coragem, ela enfiou-se na cama, se cobrindo e juntando-se a ele. Kelly sentiu que ele se mexeu e com medo dele ficar bravo por ela estar ali sem permissão, ela ficou quietinha e adormeceu.

      Mas o que ela não sabia, era que assim que ela dormiu, ele a abraçou e sorriu, feliz por ela ter vindo passar a noite com ele. Deitado, ele a abraçou de leve, esticando o braço e virando para ela. Seus rostos estavam de frente um para o outro. Ela estava gelada e ele quente. Com carinho, tomou-a em seus braços e se sentiu sortudo, quando ela o abraçou, ainda dormindo.

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Oi amores! 

Não sei vocês, mas esse finalzinho me fez quase chorar de alegria. Eles são tão fofos! 

Espero que tenham gostado. Deixa aquele voto e um comentário construtivo. 

Bjos, até o próximo capítulo. 

A prisioneira do Metamorfo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora