A menina subia as escadas com muito entusiasmo, enquanto a mãe tentava não tropeçar com o ânimo dela. Chegando ao hall de entrada, ela parou de frente para o quarto de bebê e abriu a porta. Kelly estranhou a quietude repentina da filha e a seguiu, se deparando com um lindo quarto de bebê. Esther estava séria, de braços cruzados, cara fechada e uma expressão de frieza no rosto.
- Minha nossa! - Disse ela empolgada, afinal ela soube a pouco o que o marido pretendia.
- Eu que o diga: Minha nossa?! - Repetiu a menina sendo sarcástica.
- Filha, vem cá com mamãe. - Disse ela pegando na mão da menina. Ela foi até a mãe sem muita disposição, não queria acreditar que aos dez anos teria irmãos.
- Eu não... - Mas Kelly a interrompeu.
- Você sempre será nossa bonequinha. Não precisa se sentir abandonada ou esquecida. Nós te amamos, mas queremos ter mais filhos, amor. E eu preciso do seu apoio, porque quem vai me ajudar a cuidar do bebê? - Perguntou ela, esperando que a sua menina entendesse.
- Mas por quê?! - Esther começou a chorar.
- Oh meu amor, adultos são assim. Queremos ter filhos, faz parte. Desculpe se isso magoou você, foi uma surpresa para mim também quando seu pai me disse. - Kelly se ajoelhou na frente da menina para ficar da sua altura.
- Eu não quero perder você e o papai. - Disse Esther, se sentindo deixada de lado.
- E isso não vai acontecer. Por que pensa assim, querida?
- Nada. - Retrucou ela.
- Ei! Para com isso! Eu te amo e não vou deixar você! Porque eu te amo, eu geri você dentro de mim e você é uma parte de mim, filha. Agora para com essa birrinha e fala direito comigo, como sempre prometemos uma a outra: Nunca mentir.
- Nunca mentir. - Repetiu a menina, parando de chorar.
- Então docinho, fala comigo. Quero entender o que se passa nessa cabecinha de vento. - Disse Kelly fazendo carinho no cabelo da filha.
- É que vocês sempre trabalham, trabalham e nunca tem tempo para mim. Só nesse um ano que estivemos em Londres, mas as noites vocês saiam sozinhos em noites diferentes. E eu não podia ir. - Disse ela choramingando. - Eu só não quero ser esquecida mamãe.
- Oh, minha bonequinha! Vem cá, amor. - Kelly tomou sua menininha nos braços e a abraçou forte, demonstrando a ela o quanto lhe amava.
- Nunca duvide disso: Eu amo você e seu pai também. - Disse Kelly, olhando bem nos olhos da filha, enquanto secava suas lágrimas que faziam os olhos incharem e ficarem avermelhados.
- Eu também te amo, mamãe! - Ela havia entendido. Não seria abandonada, apenas teria uma companhia para brincar. E ajudar a cuidar.
- Agora me mostra seu quarto? - Perguntou ela, fazendo a menina se animar.
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A prisioneira do Metamorfo - Livro 1
TerrorO Metamorfo é uma criatura monstruosa que assassina o marido de uma humana. Fingindo se passar pelo marido por um tempo, a criatura se envolve fisicamente com a sua presa, a ponto de possuir sentimentos. Contudo, sua monstruosidade não está esquec...