Capítulo 2

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       Dirigindo com toda adrenalina, o Metamorfo estava inquieto a procura de vítimas na estrada deserta. Sabia que seria difícil, sendo tão tarde da noite em um fim de mundo como aquela cidade. Mas ele precisava matar e se alimentar. E também queria se divertir um pouquinho, afinal a eternidade nem sempre é tão entusiasmante assim como aparenta.

     Parou perto da estrada e desligou o carro. Verificou sua arma e faca no bolso. A arma no paletó e a faca no bolso. Admirou-se no espelho retrovisor do carro antes de sair. Não podia evitar, ele escolheu uma boa pele. Charles Dickens era atraente e tinha um bom físico, o que era essencial no seu modo de viver.

     Trancou o carro e caminhou apressado na estrada vazia. Já eram quase 23h30, não tinha movimento de carros e tudo parecia silencioso demais. Começou a ficar irritado.

"Inferno! Preciso matar! Preciso arrancar a pele de alguém!" - Pensava ele furioso por não aparecer uma vítima sequer.


    Não queria voltar para casa, se é que poderia considerar aquele lugar como sua casa. Mas considerava apesar de tudo. Kelly apareceu de rompante em seus pensamentos. Seu sorriso, seu corpo nu e seus gemidos começaram a surgir em uma espécie de flashback quando foi surpreendido por uma buzina.

- Ei, o que faz caminhando na autoestrada? Quer carona? - Perguntou um homem, dirigindo um caminhão.


    "Agora sim à noite vai começar!" - Pensava ele melhorando seu humor insuportável.


- Oi, amigo. Meu carro deu problema, teria como me dar uma carona até a cidade? - Perguntou ele, tentando ser o mais cordial possível. Afinal, não podia espantar sua presa antes de dar o bote.

- Claro, suba aí. - Respondeu o motorista abrindo a porta para ele.

- Obrigado, camarada. - Respondeu feliz, entrando no caminhão.

-Então, o que acha de pararmos para tomar uma cerveja antes disso? - Perguntou o motorista. Ele era feio, um homem gordo de uns 40 anos. Tinha cavanhaque e fedia bebida alcoólica e cocaína. Mas o que lhe deixou irritado foi o toque íntimo do homem, ao tocar sua perna, próximo de seu membro.

- Acho melhor provarmos outra coisa antes. - Disse ele, dando uma piscadela. Já mentalizando o golpe que daria.

- Direto, gosto disso. - Riu o homem com prazer, inclinando-se para beijar o Metamorfo.


     Em questão de segundos, o motorista levava a mão boba em direção ao zíper da calça do Metamorfo, quando esse o surpreendeu. Com muita ira, ele bateu a cabeça do homem no volante, com o carro ainda parado. O carro buzinou e o homem tentava se defender inutilmente. Sem pensar, o falso Charles Dickens continuou batendo com força a cabeça do homem contra o volante. Ele já começou a sangrar, mas ainda estava vivo. O Metamorfo então tirou a faca de seu paletó e puxou a cabeça dele pelos cabelos. Com um só golpe, cortou a garganta deste que tentava sufocá-lo antes de ser fatalmente ferido.

    Enquanto a vítima se debatia, engolindo e cuspindo o sangue que saia de sua boca, o Metamorfo ria do idiota humano homossexual. Não satisfeito, a criatura pegou a faca e perfurou o rosto da vítima. O homem já estava morto, mas isso não significava que não pudesse se divertir mais um pouco. Fincava a faca afiada e suja de sangue nos olhos do gordo. Enquanto o esfaqueava, lembrou que este o considerou uma possível relação amorosa e ficou com nojo. Largou o corpo que caiu para o lado em sua direção.


     Suspirou de alívio por ter matado alguém, mas não se sentia tão bem quanto esperava. Então, passou a fincar a faca com rapidez e força nas costas do cadáver que não reagia, uma vez que não passava de um morto. Quando achou que estava bom o suficiente, deu uma mordida, saboreando sua carne.

    Ele não tinha um gosto bom. Pessoas drogadas e alcoólatras tinham um sabor diferente, geralmente associado à carne de segunda.

"Seu merda! Nem para servir de carne você prestava! Porco desprezível." - Pensou ele irritado com o homem que acabara de matar e se alimentar. Sem muita opção, rasgou a barriga dele, puxando suas tripas e estômago para fora.


- Puta que pariu! - Gritou ele enojado, ao ver a quantidade de gordura e líquido em volta das paredes do estômago.

- Se não fosse por mim, seriam as rosquinhas, né, filho da puta?! - Riu sarcástico, mas com nojo daquilo tudo.


     Focado em se divertir, ele comeu mesmo assim alguns órgãos do homem, como coração e pulmão. Deixando uma legítima bagunça no caminhão. Rasgou as roupas dele e limpou as mãos.

      Havia sujado o terno e aquilo daria trabalho para Kelly limpar. Sorriu ao imaginar ela furiosa esfregando seu terno de dois mil dólares. Aquilo o animou finalmente, dando um UP em sua refeição de segunda.

      Saiu do caminhão, deixando ele parado ali mesmo. Não se preocupou com digitais, uma vez que ele não tinha uma identidade em si. Apesar de fingir ser Charles Dickens, o dinheiro paga qualquer coisa.

"Viva o suborno" - Pensou ele feliz, sem se preocupar com qualquer coisa que viesse a acontecer.


     Voltou caminhando tranquilamente para seu carro, observando a noite fria do inverno. Assobiava e sentia-se sensacional. Tinha que admitir, no fim das contas aquele corpo era bom. Estava satisfeito, não sentia fome e seu humor havia melhorado. Com certeza havia feito um favor à humanidade, se livrando daquele idiota. Um dia alguém lhe daria um presente por dar um fim aquele pedaço de carne podre.

     Destravou o carro e entrou. Ligou o motor e deixou em uma rádio de música. Tocava um rock pesado e ele balançava a cabeça agitado ao ritmo da música. Ligou bem alto sem se importar com ser visto por alguém. A estrada estava vazia e caso alguém aparecesse, ele não ligava. Voltou pelo caminho que veio, indo para casa.

     Em sua mente, ele imaginava Kelly nua, esperando ele na cama para um sexo bem gostoso. Mas primeiro, ele tomaria um banho. Se ela se comportasse, ele a libertaria para que se divertissem um pouco. Mas primeiro ela teria que ser uma boa menina. Riu de si mesmo. Ela nunca mais seria uma boa menina, era teimosa demais. Era isso que o fazia gostar dela e deixá-la viva.

Ao menos por enquanto...


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Oiii pessoal, tudo bem?

O que tem achado da história?

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Bjocasssss da Bruxa! 

A prisioneira do Metamorfo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora