Capítulo 8

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      Pisando devagar no chão molhado pela umidade do orvalho que ainda estava presente na vegetação da fazenda, o Metamorfo caminhava admirando a paisagem

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      Pisando devagar no chão molhado pela umidade do orvalho que ainda estava presente na vegetação da fazenda, o Metamorfo caminhava admirando a paisagem. Ele estava cabisbaixo, pensativo e distraído. Se houvesse um inimigo ali, infelizmente ele seria abatido. Não compreendia como uma mulher podia mexer tanto com ele.

     Talvez sua humanidade estivesse voltando aos poucos, ou talvez ele não fosse tão horrível quanto o próprio pensava que fosse. Não tinha cabeça para dirigir e não pretendia ir longe. Atravessou a fazenda e o bosque. Chegando do lado oposto ao que geralmente ia de carro.

      Um pouco mais a diante havia um posto de gasolina. Não era uma farmácia, mas teria opções que ele queria. Ou era isso ou nada. Chegando ao estabelecimento, assim que entrou um sino tocou.

"Típica loja pequena, onde tem sino para alertar o dono ou caixa que tem clientes. Como se eu fosse roubar algo." - Pensou ele contendo o desânimo de estar ali.


- Olá senhor, precisa de alguma coisa? - Perguntou um senhor de idade que ficava no balcão de atendimento, no caixa.

- Sim, remédios e produtos de higiene pessoal? - Perguntou ele.

- Vire à esquerda, segunda prateleira. - Disse o senhor idoso com gentileza.


     Fitou a prateleira e ficou surpreso com a variedade de opções. Sem entender o que seria melhor ou o que Kelly preferiria, fitava as embalagens. Quando ouviu:

- Minha filha me disse várias vezes que as mulheres gostam do negócio que tem uma coisa escrita abas. Com abas.

- Abas? - Perguntou o Metamorfo sem entender, segurando o pacote de absorvente.

-Ela disse que era como asas de avião. Para equilibrar. Mas escreve abas. - Enfatizou na última palavra, tentando realmente ajudá-lo sem saber com quem falava.

- Bom, obrigado então. - Respondeu ele, procurando nas embalagens.


    Leu e encontrou algumas. Jogou dez pacotes em uma cesta no chão. Pegou a cesta e continuou naquele mesmo corredor. Pegou sabonete, creme de cabelo e shampoo.

"Confesso que gostaria que ela estivesse aqui. Seria mais fácil." - Pensou o Metamorfo, tendo que escolher entre as várias marcas.

      Pegou o recipiente com o cheiro que mais lhe agradava. Desodorante, papel higiênico e escova de dentes novas. Ele era exagerado, mas preferia isso a ser um homem que vivia contando moedas. Nem quando era humano vivia dessa forma, sempre foi um homem que esbanjava. Tinha um padrão de vida parecida, mas não era tão fácil.

     Encontrou a parte de farmácia com medicamentos. Pegou o papel que guardava no bolso e abriu. Percebeu pela primeira vez a letra dela. Era bonita. Olhava o papel e as caixas de medicamentos. Quando o nome correspondia, jogava pelo menos três na cesta. Acabou enchendo ela mais do que esperava. Pegou também faixa, algodão e demais coisas para curativos. Não sabia porquê, mas tinha uma sensação que talvez pudesse precisar um dia.

A prisioneira do Metamorfo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora