Sem Revisão!
**— Nossa,subir esse morro é de matar hein. - fala Jéssica,arfando.
Já se ouvia o soar do forró ao longe.
— Verdade. - falo.
— Ei,Terra chamando Luna! O que aconteceu menina? Saiu daquele banheiro toda sinistra. - fala,me olhando desconfiada.
— Nada não Jessy. Vamos logo. - falo,apressando os passos e logo chegamos até a quadra,que estava enfeitada totalmente diferente de ontem. Bandeirinhas e crianças estavam por toda parte,além de barracas que cercavam o local. E ao longe,via-se a brilhante capelinha do Rosário pouco mais acima.
Era linda.
Faço o sinal da cruz,pedindo proteção e logo Raquel vem em nossa direção,vestida com um vestido xadrez.
— Meninas! Estão lindas.
— Até que hoje não Raquel. Só estamos nós mesmos. Viemos apenas para ajudar. - falo,sorrindo.
Jéssica vestiu minha saia de ontem com uma blusa de manga azul marinho. Eu estava com uma calça jeans e uma ciganinha florida,cor vinho.
— Estão lindas.
— Obrigada Raquel. E então,o que temos que fazer? - pergunta Jéssica,solidária como sempre.
— Jéssica,você pode ficar com a barraca de beijos? - pergunta Raquel.
— O quê? - pergunta Jéssica,em pânico.
— É que a garota que ia ficar é muito,“famosa” se é que me entende e todos já ficaram com ela. Como precisamos de dinheiro,bem que podia ser pessoas diferentes. - explica Raquel,fazendo Jéssica perder a cor.
— Muito tentador,mas meu medo tá falando mais alto.
— O beijo não precisa ser na boca. É onde quiser,até na testa pode. - fala Raquel,rindo.
— Menos mal então. Eu aceito,vou encantar todos com meu bom humor. - brinca e Raquel a leva até lá.
Olho para o lado e vejo Madalena com uma enorme barraca de doces a todo vapor.
— Boa noite dona Madalena. Precisando de ajuda aí? - pergunto.
— Não vou negar não menina. Tá fervendo. - fala e passo para trás da barraca,ao seu lado,ajudando a mesma na venda de doces.
— Acredita que é a primeira vez que tem realmente uma quadrilha aqui no morro? Terror realmente veio para mudar. - comenta ela, enquanto entregava um pacote de doces a um morador.
— Sério? Nós,quando éramos freiras costumávamos ajudar a montar essas coisas na igreja. - falo e entrego um pacote de doces de abóbora a um senhor,que agradece.
As vendas estavam a todo vapor e meus pés já doíam de tanto tempo em pé. Não havia parado momento algum.
Logo,os doces já estavam chegando ao fim e minutos depois,vejo Raquel subir ao palco,anunciando o início da quadrilha. As crianças balançavam de um lado para o outro, perfeitamente e união. Os noivos eram as crianças mais novas,que arrancaram suspiros de todos.
No fim,todos aplaudiram bravamente,que saíram correndo até os braços de Raquel,que ria orgulhosamente.
E então,a quadra foi liberada para o povo dançar. Um homem,que apesar de não conhecido,estava cantando as músicas do grupo Falamansa ao som da Sanfona. Logo,casais se formavam ao centro,balançando de um lado para o outro.
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Sob o Mesmo Luar | Trilogia Salva-me (Livro 1)
Romance"Quem come do fruto proibido, jamais será perdoado?" Luna de Souza, uma garota alegre que só via o melhor nas pessoas. Foi enviada ainda criança para ser criada em um convento, após seus pais morrerem em um trágico acidente de carro na qual ela sai...