Sob o Mesmo Luar | Trilogia Salva-me (Livro 1)

Capítulo 32

Sem Revisão!

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— Luna, coma...

— Pai, já estou cheia.

— Mas...

— Pai, estou grávida, não doente.

Retruco, após comer mais do que meu corpo suportava. Meu pai estava sentado ao meu lado na mesa da sua suíte, e não parava de me olhar e me vigiar a cada passo.

Não era aquele homem rude que conheci a um tempo atrás...

— Seu pai tem razão meu amor, você não tinha comido nada até agora e já são 15:00 horas da tarde. – bufa Zero, com os braços cruzados na porta.

— Mas eu estava sem fome.

— Será que vai ser um garotão rude como o vovô? - comenta meu pai, com os olhos brilhando.

— Se for um garotão... – fala Zero, sorrindo esperançoso.

— Rebeca estaria muito feliz, orgulhosa com tudo isso. – fala Wagner, com a voz embargada e os olhos marejados.

— Pai...

— Volto já. – ouço Zero, seguido de um som da porta se fechando.

— Eu e sua mãe sonhávamos com a casa cheia de crianças, todas gritando e bagunçando tudo pela frente. Lembro quando ela descobriu estar grávida... nossa! Ela brilhava, assim como você está brilhando hoje minha filha.

Um sorriso emocionado brotava no rosto duro de meu pai e ali eu via... amor.

— Ela não queria fazer os exames para descobrir se você seria menino ou menina, era teimosa. Para comprar as coisas e montar o quarto tivemos uma dificuldade por não sabermos o sexo e então, decoramos tudo de branco e um azul claro, bem clarinho, porque eu tinha certeza que seria um menino na época. – fala, seguido de uma risada e eu acompanho.

Meu pai fala sem tirar os olhos da minha barriga, como se estivesse preso as memórias.

Como se as revivessem ali.

— Veja só, eu estava terrivelmente enganado. Quando você nasceu, foi um susto, já que era prematura e sua mãe sofreu muito. Ah, mas imagina a emoção de olhar nesses incríveis olhos negros e nessa pele... tão igual a mãe e ali, eu me apaixonei de novo. Uma mistura perfeita minha e dela, um fruto de um amor tão intenso e tão forte que eu jamais esperei sentir na vida.

Meu pai arrasta a cadeira, se aproximando mais de mim, e coloca sua mão esquerda sob minha barriga.

— Eu entendo o que aquele rapaz lá fora sente por você e sei o quão louco é o amor e por isso, só por isso, não me oponho a vocês dois Luna. Eu vejo eu e Rebeca em você e Marckus e isso me deixa feliz e mais ainda ao saber que terei a chance de conhecer o meu neto. – fala meu pai, visivelmente emocionado, me olhando nos olhos.

Coloco minha mão por cima da sua, em minha barriga, e sem desviar os olhos, afirmo:

— A mamãe foi uma mulher sortuda ao estar ao seu lado e eu tenho toda certeza do mundo, que ela foi muito feliz e que esse amor tão louco foi a melhor escolha que ela já fez, indo contra tudo e todos pela chance de vivê-lo.

Suspiro e continuo.

— Eu sei que minha mãe está em paz e sou capaz de senti-la sempre perto de nós dois meu pai, cuidando e zelando, e te dou toda certeza do mundo, ela está muito feliz por tudo isso. – falo e meu pai me puxa para um abraço apertado.