Cartas de um sentir inválido I

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Tentei. Olhei para o céu e lembrei-me de ti. As nuvens ondulam e suavizam o azul massivo, do jeito que gostas. Encontrei-te em cada detalhe sufocante. Música me lembra do teu corpo em movimento. Movimento brusco; sinto energia se esvaindo pelas extremidades. O céu novamente. Por tua causa o céu é poesia em tela azul a ser pincelada por detalhes que, com atrevimento, guardo na mente para futuras conversas roteirizadas; jamais aconteceram. Olho para o azul massivo em busca do refúgio que nunca tive em outro universo. Apego-me às fotos que eternizam contos entoados por seres feéricos nas esquinas esquecidas pelas paredes bem pintadas. A dança sutil de uma sacola plástica lembra-me de ti; inconstância que rege o movimento. A insustentável leveza do ser. Os bêbados que falam amor e sobre ele nada sabem. Obrigada pelos detalhes. Obrigada por compartilhar o teu sentir. Falhei ao dizer que estavas no passado; minha alma te quer por perto. Os detalhes têm me sufocado; teus contornos vêm a mim como brisa da meia estação. Falamos do vento e do fluxo. "E se, quando morrermos, nos juntarmos ao fluxo e ao vento?", eu disse. Sem resposta, lembro-me da sensação de ser inteiramente compreendida por segundos não contados. Senti o peso de te ansiar.

Não te amo.

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