Pediram-me palavras. Estão aqui como sempre estiveram sendo escritas conforme meus dedos dançam sobre o teclado cor de ébano, mas tão cheias de uma coisa-que-não-tem-nome-nem-forma que.
E então a frustração de tentar e tentar e tentar e simplesmente não saber o que dizer nem para quem dizer. A súplica trancafiada nos menores atos. Nada vai mudar então não procure uma luz no fim do túnel procure os desenhos escondidos as histórias apagadas pela erosão e pelo tempo e pelas pessoas e por outras histórias e procure e procure.
E então pare de sentir porque sentir tem sido
Converse no ônibus e quebre as unhas e rasgue o vidro por sentir outro universo, ressoando a própria energia ao nada. Observei estranhos pelo reflexo da superfície de areia e apenas fiquei ali e existi e existi mais um pouco
Li e reli as palavras juntas no texto enquanto dançam e o quanto sou massiva enquanto tento não ser aquela que não quer ser compreendida nem ouvida apenas dizer o tudo que não significa nada.
Alguns morangos mofados algumas tentativas não falhas ao teu ver e completamente desastrosas ao meu porque não sabes, e não, tu não sabes o que tem aqui e é provável que nem queira porque estamos todos atrás daquilo que não tem nome nem forma mas sabemos que está em algum lugar dentro do túnel sem luz ou
Faltam pontos e vírgulas no papel porque não tem pausa nem fim só segue e segue e seguimos todos juntos sozinhos escolhendo bancos no ônibus e arroz integral ou branco tipo 1 e essas palavras não significam nada pra ninguém e está tudo bem.
Seguimos correndo surtando procurando histórias e desenhos enquanto tentamos desesperadamente não apenas existir e sim transcender o túnel sem luz que agora nos
Não estou surtando e existir não é bom nem ruim apenas é. A súplica em menores atos. Pessoas recicladas. Charutos e histórias de sopas e cafés e sonhos
O show. O show precisa continuar a translação continua a morte e a vida continuam e continuamos e esse ciclo interminável de vai passar e vai melhorar e vai mudar
Isso é real, agora eu te pergunto
Isso é real?
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Y
PoetryTextos desocupados de dores com sabor de açúcar, amores ácidos e borboletas amarelas.