echo

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morto de saudades todos os dias. melancolia sólida e sórdida. When You Were Young. enquanto organizava papéis na mesa adesivada, lembrou-se do amigo da jaqueta bonita. jurou que jamais gostaria de Oasis, porém notória era sua entrega tocando na guitarra Wonderwall como um bebê engatinha nos primeiros meses de vida. era espontâneo e vívido. era assim que o via, cruelmente real. lágrimas pela dor do mundo, a dor grande que não cessa. não some. não sucumbe [mas nós sim]. cessando sumindo e sucumbindo se vão amores amigos. Elenir sempre disse que os melhores amantes são os espanhóis. espanhóis não têm medo da paixão, dizia ela. passaram por sua vida trágicos amores amigos, de novo a dor do mundo; nunca cessa some ou sucumbe. seria ultrajante aceitar apego ou posse, vê-se como partes que atravessam universo, composto de estrelas próprias. talvez alguns apreciem o brilho coletivo. sem eles, sou eu aquela que cessa some e sucumbe. sem eles, perdem-se as partes que movem diferente. as que te movimentam diferente. sozinha e lúcida demais para não doer quando se fecham as cortinas. realidade maltrata. atravessa como tiro à queima-roupa. navegam como navios fantasmas rumo à destruição, cesso sumo e sucumbo como clamam as vozes de dentro. morte de saudades todos os dias.

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