fé fugitiva

25 2 0
                                    

Nunca sei como começar esse tipo de texto, e ultimamente não consigo nem decidir qual molho usar na panqueca, portanto, que as deusas me ajudem. Devo admitir o quão sou explosiva e o quanto minha instabilidade te afeta, e sinto muito por te colocar nessa situação, mas saibas que ao menos conheces meus momentos de fúria, sem fingimentos. Acho que esta será uma carta de revelações e redundâncias clichês e necessárias. Gosto muito da nossa convivência um tanto quanto metamórfica, dessa doce esquizofrenia intelectualizada que me desperta interesse, e que sigamos desta maneira. As coisas iniciaram diferentes. Éramos nós contra o mundo. Nós, os filmes locados durante o fim de semana, maratonas de séries, muito TLC em nosso aparato favorito [a televisão com canais pagos], além dos incontáveis pacotes de miojo com queijo. Sempre apreciei a rotina reconfortante. Naquela época, eu não dava a mínima para a tua pesquisa, apenas tinha conhecimento de sua existência. Nós tínhamos nossos hobbies, nossas paixões, nossas vidas, e os tempos eram assim. A metamorfose ambulante trilhou seu caminho até chegarmos ao que somos hoje [não há garantia de que seremos desta forma amanhã], e fico muito contente em afirmar: gostei de ter mudado. De ter amadurecido. De ter valorizado teu trabalho, tua pesquisa, e a tua história como pessoa. Tua história como um universo. Queria ter feito isto antes. Queria ter enlouquecido antes, para que pudesse ter visto o universo absurdamente maravilhoso que és, com todos os defeitos e as qualidades que formam esta personalidade complexa e única. Obrigada por ser minha amiga, meu pai, minha mãe, minha maior crítica e melhor apreciadora, obrigada por ser diferente. Eu jamais conseguiria viver de forma superficial, apática, e isso se deve ao fato de que me ensinastes a pensar, e o melhor de tudo, a sentir. Que possamos florescer e incendiar com a intensidade que a vida requer. 

YOnde histórias criam vida. Descubra agora