Um dia, você vai lembrar dos meus poemas sobre nós. (2018)

Capítulo XXIV: Tanto, tanto, tanto.

Amar tanto não deveria doer.

Mesmo que não seja com um dom ruim, sinto ele machucar cada parte vermelha em carne viva quando empurra as paredes por espaço. Amor não faz bem pra saúde pois sempre tenta, de todos os modos, se ter em todos os esconderijos. Uma vez eu ouvi que cada um cabe no espaço que dá, mas esse tipo de frase feita não coube no buracos que ele queria estar.

Não são suficientes.

Ele quer estar em todos os pontos, vírgulas e interrogações. As vezes, nem é por querer mas pleno extinto de ser tudo dentro de um organismo quando acontece, quando explode. Ele se torna todos os numerais e cheiros de chuva mesmo que corra, ele sempre puxa teu pé. Ele puxa todos seus dedos e todo canto da pele. Ele quer ter todo ser em tudo, até no oxigênio. Ele quer suas maiores preocupações e água salgada dos seus olhos que antes eram somente direcionadas a morte de personagens de seriados. Ele tem quereres. Ele é os risos dela, as vontades de se pintar em mim e me consumir. Ele influencia nossas vontades. Ele comanda todas as laterais, cheiros e melodias.

Amar não é dor mas o tanto, as vezes dói um tanto. Mas nem é por querer. É extinto natural e animal de querer tudo que existe dentro de ti.