Capítulo LIII: São tantos serás e questionamentos em uma noite de sábado

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De todos os questionamentos que se passam pela cabeça de um ser humano, acredito que o que causa mais ansiedade é a tentativa de se tentar entender o que outra pessoa sente ou pensa sobre você e no dia de hoje, esse questionamento repassou e rondou minha mente MILHARES de vezes. Repassando a manhã desse sábado, tentei compreender cada ato seu e principalmente, o ar de indiferença, o olhar de raiva e as tentativas de me culpabilizar sobre o ocorrido. 

Claro, acho que não deveria fazer isso tantas vezes porque em nenhuma dessas tentativas, consegui mergulhar, retornar e respirar na superfície com tranquilidade. 

A ansiedade que toma meu peito de tentar entender onde o cuidado que tinha pelos meus sentimentos se esvaiu, onde começou a ser demais para você meus momentos ruins. No final do dia, quando ouvi o palpite que tinha sobre o meu afastamento, eu me culpei por ter sentido vontade de rir porque nunca tinha ouvido algo tão insensato quanto aquelas palavras. Parecia profundamente que você, parada em frente a porta horas depois e a pessoa que estava presente durante esse sábado de manhã, que saiu pela porta às 11:30 da manhã, no silêncio ensurdecedor, doloroso e que queimou meu corpo de dentro para fora, eram pessoas diferentes. Na manhã daquele dia, eu sentia falta de ar, meu coração parecia parar e olhar vindo de você era de "eu quero fugir, não acredito que estou vendo isso mais uma vez e com essa mulher do meu lado". Horas depois, enquanto eu chorava, enquanto meu peito doía por me sentir mal com que olhava no reflexo, eu senti o que era ser qualquer um para você, o que era ser uma pessoa desconhecida que você esbarrou chorando dentro do ônibus e seguiu seu caminho porque estava atrasada demais para se importar com aquela maluca desconhecida desesperada no banco da frente. 

Você não se importou. Você colocou seu tênis e saiu pela porta para seu compromisso e sinceramente, eu não me importaria se tivesse ido, eu não ligava de você ter ido sozinha e você sabia disso, mas você encontrou mais uma oportunidade para reverter o jogo. Na verdade, acho que você deve ter esquecido (mais uma vez) de que não queria sair do buraco que me encontrava me afundando em cima da cama. A única coisa que esperava é que pelo menos tivesse dito "ei, tá tudo bem você não querer ir mais e você é a mulher mais linda do mundo independente do que sinta sobre sua imagem agora", mas eu não ouvi nada, eu ouvi apenas a porta fechando com força e depois um silencio ensurdecedor, doloroso e que queimou meu corpo de dentro para fora. Naquele momento, eu sabia o sentimento que carregaria comigo durante todas as próximas horas. 

Quando você voltou, minha mente gritava sobre minha idiotice por esperar que se tocasse sobre a forma indiferente que tinha agido, que me abraçaria, que eu ouviria como foi a festa, eu queria me sentir amada de novo por você, mas eu não ouvi nada do que esperava, e eu me sinto idiota mais uma vez, sentada nesse sofá e desolada, por mais uma vez ter criado expectativas. Alguns pessoas diriam e opinariam que é o mínimo, mas acho que se você ouvisse essa situação e essa opinião em uma mesa de um bar, logo sairia um monologo sobre como você acha que eu crio expectativas demais sobre seus atos. 

Agora, mais uma noite, depois de horas chorando, eu passarei mais um tempo chorando até o dia de amanhã. Até o momento de você agir mais uma vez como se nada tivesse acontecido e a amnésia te bater com força, porque ela só chega quando o ato parte de você. Não é engraçado? 

Queria bastante ter forçar para conversar, para ser transparente sobre meus sentimentos, força para gritar para fora o que me preenche até sufocar, mas ao mesmo tempo, passarei a noite me sentindo culpada pelo forma que você se sentiu, pelos palpites que você teve e esquecerei de me sentir mal pela sua indiferença aos meus sentimentos, pela falta de consideração, pela falta de cuidado, pela falta de importância que eu queria que me desse. Passarei a noite com todos os questionamentos ansiosos, abafados e ardidos.

Será que ela ainda me ama? 

Será que todas essas ações são indícios de que ela quer ir embora? 

Será que ela não aguenta mais minhas crises de ansiedade? 

Será que eu não fui tão clara sobre como eu me sinto mal e insegura sobre minha imagem? 

Será que eu sou tão chata e irritante? 

Será que ela tá tão cansada e eu estou a sobrecarregando? 

Será que meus sentimentos são demais para ela? 

Será que o problema sou eu? 

Será que era pedir demais só ter um abraço dela quando ela me viu chorando? 

Será que é demais esperar uma simples pergunta de como eu estou? 

Será que seria demais ela estar aberta a me ouvir e entender o que eu sinto? 

Como eu disse: de todos os questionamentos que se passam pela cabeça de um ser humano, acredito que o que causa mais ansiedade é a tentativa de se tentar entender o que outra pessoa sente ou pensa sobre você. Todas essas tentativas são falhas e não respondem nada, mas pelo menos, tenho a certeza de quem se sufocará será exclusivamente a pessoa que escreve esse desabafo no fim desse sábado qualquer. 

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⏰ Última atualização: Jun 16 ⏰

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