Desde sempre, tive poucas certezas, mas uma das coisas que mais me certifico de ter é que os traços da minha mãe são mais parecidos com os meus do que poderia negar. Minha mãe sempre disse que odiava arrogância mesmo que cada palavra dela tivesse um pouco. Eu temi que me tornasse assim, indesejando aquilo que tenho certezas que vejo no reflexo do espelho.
Temi que cada canto meu não te atraísse mais até aqui. Temi que a forma genérica do meu interior te impedisse de evoluir nas tuas originalidades. Temi que todo poema que escrevesse, não fosse lido tão bem quanto às letras gritadas do lado oposto da rua. Eu temi tantas amarras, lugares, seres antes de te ver vindo em minha direção mas, quando tu respira, o ar perde todo medo e ele se torna todos os cheiros misturados, sabores favoritos desde que aprendi a tornar eles o meu escape de temer.
Tu se tornou todos os cheiros, sabores favoritos misturados. Tu se tornou o escape. Se tornou minhas músicas prediletas que sei que perderem o significado que antes tinham porque tu criou outros, desenhou outras árvores em cima e montou outros cenários. O universo se tornou tão mais bonito sem nem que eu imaginasse antes que alguém pudesse criar um museu nos quase 180 dias do meu calendário.
Ainda temo com a arrogância, o ar de teimosia que me pertence mas quando tu sorri, o sol, saturno e todos os planetas mais belos se tornam tu. Os pequenos pedaços de medo se tornam tu e toda importância restada e carregada pelo pretérito, só são suas, da sua presença no agora.
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Um dia, você vai lembrar dos meus poemas sobre nós. (2018)
PoetryColetânea de textos, poesias sobre estar em meio as palavras, flutuar entre elas, sobre as sentir dentro de você. Sobre ver a graça dos livros, das poesias, ver o poder de ir para o mundo que quiser, o poder de conhecer sua alma verdadeiramente. Ver...