Capítulo XIII: Nós somos mistura de palheta de cores.

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Eu suspiro.

Sinto queimar.

Ardo com seu toque que minha mente cria, com seu suor, com tuas cicatrizes se encaixando em minhas mãos.

Com tuas roupas não iluminadas no chão que meus sonhos mais impróprios pintam no anoitecer.

Eu sonho contigo toda noite e até mesmo viajo pelo planeta que é você até quando o sol brilha no céu.

Teu olhar me devora, me lambe, vira do avesso, dança em malícia com meu corpo enquanto me derreto em sua mercê. Você me conduz, me arruina, escalda, incendia. Teus dedos me perseguem, me reescrevem, me traçam, me cantam.

Tua boca faz dilúvio, orquestra, peça, filme, tempestade, desordem, tumulto na minha pele nua.

Teus detalhes, tua personalidade, suas vontades, seus quereres me deixam em degradê de cores, me intensifica em meio as misturas, me deixa ultra-extrema-radical de vermelho, de amarelo em choque com lilás, de verde apaixonado por rosa, de azul fazendo o violeta delirar.

Teu ser criou enxurrada, balanceio da minha terra. Teu ser fez relâmpago no céu e eu só orava para que fragmentos seus chovessem todo dia. Tu me fez suspirar e eu quis queimar pra você incansavelmente.

Um dia, você vai lembrar dos meus poemas sobre nós. (2018)Onde histórias criam vida. Descubra agora