Capítulo 16

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O Edward saiu tão depressa da sala como um foguete, deixando-me sozinha com a Sophia.

Eu virei-lhe as costas por um momento para endireitar o sofá onde nós caímos à minutos atrás. Senti-me corar quando me lembrei da cena, nós os dois praticamente colados um ao outro, ali sozinhos e com a porta trancada. Um friozinho passou pelo meu estômago e dirigiu-se para todas as partes do meu corpo, arrepiando-me.

Assim que me voltei novamente para ela, encontrei a princesa com os olhos a brilhar de excitação e com um sorriso completamente rasgado no rosto. Fiquei confusa ao ver a expressão dela, assim do nada. Nem tive tempo de lhe perguntar o que se passava, ela logo veio para cima de mim e praticamente despejou todas as suas perguntas em cima de mim.

- Porquê que vocês estavam aqui? Porque estavam juntos? Porquê que a porta estava trancada? E por último mas não menos importante: porquê que tu estavas ao colo do meu irmão!?

- Eu estava calmamente a tocar piano até ele aparecer, por isso se estávamos ambos no mesmo espaço ao mesmo tempo é normal estarmos juntos não achas? – ela estava a agarrar-me pelos ombros para ter a certeza que eu não tentaria fugir, se bem que é o que me está a apetecer fazer agora, ou isso ou cavar um buraco e só sair passado um bom tempo, em vez de ficar ali a responder ao interrogatório da princesa.

- Certo. E como é que a porta se trancou e porquê que tu estavas sentada ao colo dele? – ela aproximou-se mais um pouco, com uma das sobrancelhas erguida e com um sorriso muito malicioso nos lábios.

Eu afastei-a calmamente de mim e puxei-a para um dos sofás, onde nos sentámos juntas. Ela continuava bastante curiosa, e sei que se não lhe explicar já o que aconteceu ela não me vai deixar em paz tão cedo.

- Uma das janelas estava aberta, então uma forte corrente de ar entrou na sala e a porta fechou-se. O Edward fechou-a e eu fui apanhar as partituras que voaram e as flores. Passado um bocado eu fui tentar abrir a porta, enquanto discutia com o teu irmão ao mesmo tempo. Depois tive a ideia de tentar abrir a fechadura com o gancho, como nos filmes. – ainda o tinha na mão, então levei-o de novo à cabeça e prendi o cabelo – Sinceramente fiquei surpreendida por ter mesmo resultado, aquilo precisa mesmo de ser arranjado – apontei para a porta.

- Não tentes desviar a conversa, o que aconteceu depois?

- Tu já sabes, quando a porta se destrancou ele estava atrás de mim e como eu ainda estava junto a porta quando tu a abriste com aquela força toda, eu fui contra ele e acabámos por perder o equilíbrio e caímos no sofá, e foi aí que tu apareceste.

- A sério? E eu a pensar que tinha acontecido mais alguma coisa... - ela cruzou os braços e negou com a cabeça na minha direção, desiludida.

- Eu achei que tu não tinhas pensado nada disso quando nos viste. Quer dizer primeiro sim, mas depois de falares achei que estava enganada.

- Ora, só disse isso porque vocês estavam os dois completamente envergonhados, o que foi um máximo digo já de passagem. Mas assim que o meu maninho se foi e ficámos apenas nós as duas aqui, nada nem ninguém me impede de te torturar um bocado.

- Nossa, quanta gentileza sua Alteza, realmente tenho uma grande amiga...

- Eu sei que tens, também te adoro. – ela brincou, arrancando-me uma gargalhada e fazendo com que me esquecesse do interrogatório durante uns segundos. – Então não aconteceu mesmo nada entre vocês? - ela olhou-me fixamente.

- Claro que não! – neguei logo, sentindo-me corar só de pensar no que podia ou não ter acontecido entre nós dois.

- Ai que desilusão! Eu fiquei tão feliz quando vos vi juntos daquela maneira! Realmente pensei que vocês podiam ter algo, sabes, o meu irmão ter uma relação com a minha melhor amiga, ia ser lindo! – ou ela sonhava demasiado alto ou estava a alucinar – Se bem que depois daquele olhar que vocês lançaram um ao outro ao pequeno-almoço no outro dia, a minha ideia enfraqueceu um pouco. Estava mais do que na vossa cara que aquilo tudo não era por causa de um bolinho.

O Príncipe e a PopstarOnde histórias criam vida. Descubra agora