Capítulo 34

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Já estava há mais de uma hora sentada num dos sofás da sala de música.

Normalmente este era um dos meus espaços preferidos do palácio, senão mesmo o favorito, sem contar com o jardim secreto. Gostava de vir para aqui, mesmo que não viesse tocar nada. Simplesmente gostava de estar rodeada de instrumentos, sentir o cheiro das flores que estavam nas jarras, a brisa que entrava através das janelas ou tocar nas partituras. Tudo isto conseguia tranquilizar-me e fazer-me sentir melhor, mas hoje isso parecia impossível.

Esta manhã, bem cedo, enquanto passava por um dos corredores com janelas que davam vista para a entrada do palácio, vi vários carros chegarem quase ao mesmo tempo. Primeiro fiquei confusa, não percebi o que se estava a passar e nem o motivo para aquilo estar a acontecer, mas tudo ficou mais claro quando vi ministros, conselheiros e membros do parlamento a saírem daqueles carros e dirigirem-se para dentro.

Recordei-me do que o Edward me dissera ontem, e então percebi que eles estavam todos ali para discutir os recentes ataques que aconteceram durante o evento.

As portas da entrada foram prontamente abertas pelos guardas que ali estavam e então o batalhão de homens entrou. Alguns consegui reconhecer, pelo facto de os ter visto naqueles dias, mas outros apesar de terem lá estado, não fazia a mínima ideia de quem poderiam ser.

O rei surgiu no corredor em frente à direção em que eles andavam, cumprimentou todos rapidamente e então todos o seguiram dali para fora. Eu continuei o meu caminho, feliz por não ter sido notada ali e mais apreensiva do que estava antes.

Estes ataques eram uma coisa que realmente me estavam a preocupar. Começaram por ser pequenos crimes, que depois evoluíram para uma coisa de maior dimensão e mais destrutiva. Tinham começado nas fronteiras do reino, sendo mais para assustar as pessoas, mas depois começaram a progredir para o interior, aumentando a sua agressividade e a destruição causada.

Quando algumas imagens passavam na televisão, apenas via edifícios a arder, pessoas a correr de um lado para o outro em pânico, bombeiros a levar os feridos para ambulâncias e vários guardas e polícias a tentarem acalmar a população e a fazer os possíveis para impedir que as pessoas se aproximassem de edifícios a ruir e dos fogos.

Estava principalmente preocupada com as pessoas, nós podíamos estar aqui em segurança, mas por quanto tempo isso duraria? Um aperto surgia-me no coração de cada vez que imaginava a Stacy, a Giselle, a Amanda ou mesmo o Marcus em perigo. Ontem depois de me ter despedido do Edward liguei-lhes e pedi-lhes que tivessem muito cuidado. Muita gente estava desprotegida lá fora, e mesmo com todos os guardas que eram enviados para ajudar e proteger as pessoas, o número de feridos e de mortos continuava a subir.

Cada imagem que via passar na televisão era como contemplar o inferno na terra.

O almoço tinha sido desconfortável e tenso. Ninguém via o rei, o meu tio ou o Edward desde que todos aqueles homens tinham chegado. Passaram a manhã toda trancados na sala de reuniões, pelo que ouvi o meu primo dizer. Sendo assim, apenas eu, a Sophia, o Zack e a rainha almoçámos juntos na sala de jantar. Estávamos todos em completo silêncio, apenas havia uma pequena troca de palavras de vez em quando, e na maioria eram entre o meu primo e a princesa.

A rainha estava visivelmente transtornada, não tirava os olhos do prato e mal comia, de certeza absoluta que estava tão preocupada com os ataques como todos nós. Já eu não estava lá muito diferente. Comia sem vontade e nem prestava atenção quando o Zack ou a Sophia tentavam conversar comigo. Além da minha preocupação, sentia falta dos comentários do rei, das piadinhas do meu tio e dos olhares entre mim e o Edward.

O Príncipe e a PopstarOnde histórias criam vida. Descubra agora