Capítulo 36

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O ambiente era escuro e frio, onde os únicos sons que eram ouvidos eram os nossos passos a descer umas escadas e as nossas respirações, além de alguns sussurros entre os homens que nos levavam não sei para onde.

- Onde estamos? – perguntei baixinho, mais para mim do que para os outros, mas assim que os degraus acabaram e vi o que se estendia à minha frente, não foi difícil de adivinhar que estávamos nas masmorras do palácio.

- Despachem-se, não podem deixar os vossos amigos à espera. – um deles disse atrás de nós, fazendo o resto dos companheiros rir.

- Se lhes acontecer alguma coisa eu juro... - ouvi o Edward pronunciar, mas logo um dos homens que o agarrava estendeu o cano da sua arma contra a sua nuca, calando-o e afligindo-me de tal modo que me remexi nos braços do que me agarrava para me aproximar dele. Desmaiava ali mesmo só de pensar na ideia de ver o Edward morrer, mesmo à frente dos meus olhos.

- Não está em posição de fazer ameaça alguma, Alteza. E se não quiser que a sua bela amiguinha – deixou a cabeça do Edward e apontou a arma na minha direção - acabe com uma bala enfiada na testa, sugiro que se porte bem como um bom menino e que se cale. – disse o fim mais bruscamente, dando-lhe um empurrão para que andasse mais depressa.

Chegámos perto de umas celas, que pareciam ter algumas pessoas lá dentro. Um dos homens deixou-me e com uma chave que tinha no bolso, abriu a cela, empurrando-me a mim e ao Edward lá para dentro, deixando uma caixa metálica no chão aos nossos pés.

- Filho! – uma voz embargada e familiar gritou. Olhámos ambos para a cela da frente, onde encontrámos o rei e a rainha.

- Mia! Estás bem!? – olhei para a minha direita, vendo na cela ao lado o meu tio, juntamente com a Sophia, que parecia tão assustada quanto eu.

- Tio, Sophia! Oh meu Deus, tinha tanto medo que vos tivesse acontecido alguma coisa! – uma nova enxurrada de lágrimas correu pelo meu rosto, tanto pelas circunstâncias em que estávamos, como pelo alívio que senti por ver que todos estavam ali, bem. Faltava o meu primo, mas graças a Deus ele não estava.

- Como é que vocês estão meninos? – a voz do rei perguntou, e pelas grades da nossa cela vi que ele abraçava a rainha, visivelmente abalada.

- Estamos bem, a Mia está um pouco ferida... - a voz do Edward saiu com pesar.

- Ferida!? Como assim!? O que te fizeram!? – o meu tio aproximou-se das grades que separavam a nossa cela da dele, quase com vontade de as atravessar.

Mostrei-lhe as minhas mãos ensanguentadas, e mesmo com a pouca iluminação do local, consegui perceber o seu desgosto, assim como a assombração no rosto da princesa.

- Quando ouve uma explosão, eu caí. Para me levantar, apoiei as mãos no chão, mas elas espetaram-se nos cacos de vidro de uma janela que se partiu e cortaram-se.

- Chega aqui, Mia. – o Edward estava agachado ao meu lado. Pegou na caixinha que os homens ali tinham deixado e abriu-a, revelando um pequeno kit de primeiros socorros. – Vamos tratar das tuas mãos.

Ajoelhei-me ao pé dele, sem me importar se sujava a roupa. Com uma pinça, ele tirou alguns bocadinhos de vidro que ainda estavam espetados nos cortes. Devo admitir que alguns doeram bastante, mas ele conseguiu fazer tudo o mais rápido que pode para acabar com a minha dor.

Com um pano húmido que lá estava dentro, ele limpou o sangue seco das minhas mãos e pulsos. Com algodão e desinfetante, desinfetou os cortes. Sabia que ia arder, mas estava difícil de aguentar. A minha pele doía e parecia querer fugir das minhas mãos.

O Príncipe e a PopstarOnde histórias criam vida. Descubra agora