Capítulo 5

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Acordei com o ruído horrível do despertador, preciso de alterar o toque urgentemente.

Levantei-me, calcei as minhas pantufas e segui caminho até à casa de banho. Liguei a torneira para encher a banheira e dei uma olhadela rápida no meu rosto; estava bem melhor do que na manhã anterior, cheio de lágrimas e com profundas olheiras.

Desliguei a torneira e fiz um coque alto para não molhar o cabelo, despi o pijama e entrei na banheira, deixando a água quente envolver-me e tentando preparar-me fisicamente e  psicologicamente para o que está por vir.

Eu vou conhecer a família real!

O príncipe, a princesa, a rainha, o rei!

O rei sim! Aquele homem super poderoso que governa o reino inteiro, aquele homem que vive num palácio enorme e que está constantemente rodeado por conselheiros, empregados, secretários e mais não sei quem, aquele homem que usa uma coroa de ouro que deve pesar quase dois quilos!

Esse rei!

Afundei-me na água e sustive a respiração o máximo que pude.

Calma Mia! Vai correr tudo bem. O rei não seria o melhor amigo do teu tio se não fosse boa pessoa certo?

Além disso o quê que pode correr assim tão desastrosamente mal? Tropeçar nos meus próprios pés e cair de cara no chão ao fazer uma vénia à rainha, desequilibrar-me, cair em cima do rei e derrubar a sua coroa, entornar sumo ou outro líquido que possa estar no meu copo na saia do vestido preferido da princesa...

Voltei à superfície assim que o ar se fez necessário. Já chega! Não penses assim!

Inspirei e expirei várias vezes para me acalmar.

Inspira, expira, não pira.

Saí da banheira e enxuguei-me, vesti o roupão e fui em direção ao closet, onde tinha já deixada a roupa escolhida quando fiz as malas ontem à tarde: um blazer branco com botões dourados, umas calças pretas de cintura média e uma blusa também preta com um decote pouco profundo em "V" e com alças finas.

Vesti-me e calcei uns saltos médios brancos e tirei da minha caixinha uma fina e delicada corrente de ouro com duas pequenas medalhas: uma em forma de "M" e outra com a forma de uma clave de sol. O meu tio ofereceu-me o colar quando fiz dezasseis anos, uso-o sempre, apenas o tiro para tomar banho e para dormir.

Penteei o cabelo, passei uma leve maquilhagem e desci para tomar o pequeno-almoço. Quando cheguei o meu tio e o meu primo já estavam sentados à mesa.

- Bom dia!

- Bom dia Mia!

- Bom dia estrelinha! - o meu tio virou-se para mim assim que me sentei e olhou-me atentamente - Estás muito nervosa?

- Não, estou ótima.- menti, estou uma pilha de nervos desde que acordei.

- Não te preocupes! Vai correr tudo bem! De quê que tens tanto medo? - certo, tenho de aprender a mentir melhor.

- Não sei... talvez... digamos assim de repente... fazer figura de parva em frente às pessoas mais importantes de todo o reino e apanhar a vergonha da minha vida! - disse de uma vez.

- Calma, isso não vai acontecer.

- Eu também estava muito nervoso quando tive o meu primeiro encontro com a família real. - o meu primo virou-se para mim e começou a contar o que aconteceu - Mal conseguia parar quieto um minuto no mesmo lugar, estava a transpirar imenso e quando os cumprimentei ao fazer uma vénia a minha voz saiu tão trémula e tão baixa que achei que eles fossem precisar de aparelho auditivo para me ouvir.

O Príncipe e a PopstarOnde histórias criam vida. Descubra agora