Capítulo 41

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- O quê que eu tenho de fazer para te convencer a ficar?

Tristeza.

- Tu vais mesmo abandonar-me? Vais mesmo deixar-me, depois de tudo o que aconteceu entre nós? Depois de tudo o que passámos juntos...

Mágoa.

- Sabes que mais? Eu já não quero saber, faz o que quiseres.

Dor.

Era apenas isto que eu conseguia sentir, e as palavras dele eram a única coisa em que eu conseguia pensar.

O seu rosto molhado pelas lágrimas, os seus brilhantes olhos verdes, cheios de tristeza e mágoa, o seu semblante, que demonstrava sofrimento e desgosto...

Pensar em tudo isto fazia com que o meu coração se partisse em milhares de pedaços, logo depois de ter sido atirado ao chão com brutalidade depois de ter sido pisado com força.

Sentia uma dor sufocante, preenchia por completo o meu peito e a minha mente. Era como se me faltasse o ar, como se a minha voz não saísse, como se a minha mente tivesse bloqueado qualquer pensamento e nela estivesse gravado, como se tivesse sido com um ferro em brasa, o momento da minha discussão com o Edward, o seu rosto e as suas palavras, dolorosas palavras.

Já não sei há quanto tempo estava deitada na minha cama, encolhida e a remoer tudo isto. Só sei que o tempo passara rapidamente e sem eu me aperceber, pois a luz do quarto ia diminuindo aos poucos, anunciando a chegada da noite e tingindo o espaço de um tom escuro e profundamente deprimente, exatamente como eu me sentia, e as lágrimas que não paravam de escorrer pelas minhas bochechas e os soluços que às vezes deixava escapar eram apenas algumas evidências disso.

Revia mentalmente todas as conversas que tive durante o dia, revi palavra a palavra, rosto a rosto e detalhe a detalhe de cada uma das conversas que tive com todos, de quando lhes contei da proposta de ir para Nova Iorque.

Todos aceitaram, todos compreenderam, todos me apoiaram, porquê que ele, logo ele, uma pessoa que se tornou tão inexplicavelmente importante para mim, não podia fazer o mesmo?

Sentia-me como se me tivessem arrancado uma parte de mim.

- Mia? – ouvi uma voz baixinha falar na escuridão. Olhei ligeiramente para a direção de onde ela veio e vi uma fresta de luz vinda da porta ligeiramente aberta e com alguém ali à espreita.

Limpei rapidamente as lágrimas com a manga da camisola e tentei clarear a voz, que tenho a certeza de que sairia rouca mal dissesse uma palavra.

- Sim? – não funcionou.

A pessoa que estava à porta entrou, seguida de mais uma. A que estava à frente clicou no interruptor ao lado da porta, ligando a luz do teto e fazendo com que eu fechasse os olhos com força, devido à claridade repentina.

- Mia, o que aconteceu? – abri novamente os olhos, vendo as figuras da Giselle e da Stacy a vir na minha direção, com o olhar preocupado.

As duas vieram sentar-se na cama, uma de cada lado, enquanto passavam os braços em redor dos meus ombros, abraçando-me ligeiramente e tentando reconfortar-me.

- Não apareceste para jantar, nem tu nem o Edward. – a Stacy fez uma pequena pausa – Pensámos que estivessem juntos, mas agora encontramos-te aqui, às escuras e neste estado... O que se passou?

Respirei fundo um par de vezes, tentando falar.

- Estás com um ar péssimo, vai tomar um banho e veste o teu pijama, nós vamos esperar aqui por ti, e quando estiveres mais fresca, contas-nos o que aconteceu, está bem? – a Giselle disse calmamente, afagando com cuidado o meu braço.

O Príncipe e a PopstarOnde histórias criam vida. Descubra agora