Capítulo 18

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Assim que o Marcus arrancou, comecei a ver o pavilhão afastar-se atrás de nós gradualmente, ao longo do caminho.

- Uau! Esse ramo é enorme! Quem to deu? – ele perguntou-me curioso olhando pelo retrovisor, enquanto arregalava os olhos ao observar-me a admirar o grande e lindo buquê de rosas, assim que estavamos ambos no carro.

Contei-lhe a história do homem unicórnio – a maneira fofa como o tinha apelidado, pois infelizmente nem sequer consegui saber o seu nome – e ele desatou às gargalhadas assim que comecei a descrevê-lo conforme me lembrava. Até descrevi pormenorizadamente a maneira como ele estava vestido, pois ao início ele não entendeu o que eu queria dizer com homem unicórnio.

O Marcus ligou o rádio, e por acaso uma das músicas que estava a passar no momento era uma das novas canções do meu mais recente álbum. Eu e o meu motorista começámos a cantar alto enquanto eu abanava o cabelo de um lado para o outro e ria sem parar, e não era nada boa ideia o meu amigo imitar-me porque senão ainda acabávamos por ter um acidente.

Ele continuou a fazer-me perguntas sobre como tinha corrido o evento e que tipo de fãs malucos é que lá tinham aparecido, pois assim que ele ouviu a do homem unicórnio, não faço ideia do que lhe pode ter passado pela cabeça.

Falei-lhe da neta do senhor John, – explicando-lhe que este era um senhor que trabalhava como empregado no palácio – Jessie, uma menina que tinha lá aparecido e que foi muito simpática e parecia ser uma boa pessoa, como o avô. A seguir contei-lhe que conheci uma menina que tinha visto na estreia do filme, mas que na altura não tinha conseguido ir ter com ela. Fiquei muito contente por a puder conhecer e ela fez-me uma cartolina muito fofa, que ficou lá e que só vem amanhã quando ele for buscar o resto das minhas coisas, além também daquele álbum que um grupo de meninas tinha feito.

- Pois é, agora além de ser motorista também faço parte do serviço de correios, já me tinha esquecido completamente.

Ri-me do comentário, assim como ele e continuei a falar-lhe do dia de hoje e do que lhe estava à espera amanhã, quando ele voltasse ao pavilhão para ir buscar o resto das minhas coisas.

Quando acabei de tagarelar sobre tudo o que tinha acontecido hoje, um silêncio cómodo caiu entre nós, sendo apenas preenchido pela música que saía pelas colunas do carro.

Fiquei a olhar para a janela, ver o caminho passar velozmente por mim, ao mesmo tempo que tentava ao máximo não pensar na fome que tinha neste momento e tentando ignorar os ruídos do meu estômago, nada satisfeito por não comer há várias horas. Um deles foi bem alto, acho até que o Marcus o ouviu porque vi-o abrir um pequeno sorriso pelo retrovisor, mas nenhum de nós comentou.

Vi rapidamente as horas no relógio e a minha barriga deu uma volta de 360 graus, ao constatar que já eram quase três da tarde. Senti-me muito mal e parecia que a minha vontade de chegar à cozinha do palácio e devorar qualquer coisa rapidamente só aumentava ainda mais de cada vez que pensava nisso.

Agarrei no grande ramo que acabara por deixar no banco ao meu lado e coloquei-o ao meu colo, tocando levemente os delicados botões de rosas. Só isso chegou para me fazer abrir um pequeno sorriso. Vi que havia um cartão, preso por uma fita dourada ao ramo, como já tinha visto quando mo entregaram em mãos, mas na altura não o li.

Desatei a fita, deixando-a de lado e agarrei no pequeno cartão, para finalmente o ler.

"Querida Mia,

É um grande prazer puder conhecer-te e quero que saibas que sou um grande admirador, adoro o teu trabalho, não apenas eu mas também a minha mulher e a minha filha, que infelizmente não conseguiram ir comigo hoje, mas pediram-me para te dizer que és incrível e para continuares a brilhar como a estrela que és e que nasceste para ser. Aqui tens um ramo de rosas, sabemos que são as tuas favoritas, toda a gente sabe.

O Príncipe e a PopstarOnde histórias criam vida. Descubra agora