Bónus 3 - Camille

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«Suas Majestades, o Rei Louis I e a Rainha Elizabeth de Morington, têm o prazer de o convidar para o Casamento de Sua Alteza Real, o Príncipe Herdeiro, Edward Philip Thomas II com a Menina Mia Rose Collins, a 13 de Julho, Sábado, às 11:00 horas na Catedral de St. James.»

- Mas que notícia maravilhosa! – a minha mãe ficou radiante quando o meu pai acabou de ler o convite que lhe acabara de ser entregue.

- É de facto uma novidade agradável. – o meu pai estendeu novamente o envelope ao mordomo, assim como os seus óculos de leitura. Ao ter os objetos em mãos, este afastou-se com uma vénia.

- É preciso começarmos a pensar nos nossos vestidos filha, para as costureiras terem tempo de trabalhar.

- E também temos de pensar no presente de casamento, e mandar uma carta a felicitar o casal. Podes tratar da carta Camille? Camille?

Casamento...

- Filha, estás a ouvir-nos? – senti a mão da minha mãe no meu ombro e então acordei para a realidade.

- Não, peço desculpa... estava distraída. – dei um sorriso forçado na direção de ambos.

- Estava a perguntar-te se podias tratar da carta que enviaremos para Morington a felicitar os noivos pelo casamento.

- Claro que sim pai, vou já tratar disso. – tentei não gaguejar enquanto falava – Com licença.

Levantei-me rapidamente e andei a passos apressados para fora da sala de jantar, ouvindo os murmúrios do meu pai atrás de mim a dizer que não era preciso ter tanta pressa.

Assim que cruzei a porta, corri até ao meu quarto, indo contra empregados e guardas, sem me importar em olhar para trás e pedir desculpas.

Graças a Deus ninguém me parou pelo caminho, e rapidamente cheguei ao meu quarto, trancando a porta atrás de mim.

Eles vão se casar...

Antes que eu me apercebesse do que estava a fazer, a estatueta de um golfinho que estava perto da minha mesa de cabeceira já voava pelo quarto, batendo contra a parede e estilhaçando-se em imensos pedaços de cristal.

Seguiu-se o primeiro quadro que me apareceu à frente e um vaso de porcelana da China, que ao ser despedaçado espalhou água pelo chão, assim como as flores que estavam dentro dele.

A raiva que preenchia cada partícula do meu ser começou a desvanecer-se aos poucos, dando lugar a uma tristeza que fez os meus olhos ficarem húmidos e a uma dor que apertava o meu coração cada vez com mais força.

Como se estivesse sonâmbula, andei até à minha secretária, sentei-me e agarrei em papel e caneta, começando a escrever a carta.

A minha mão estava trémula, fazendo com que a minha letra saísse toda torta. Senti a minha mão húmida, vendo então que por ela escorriam algumas lágrimas, lágrimas essas que molhavam o papel e que borravam a tinta da caneta.

Larguei o papel e a caneta e desatei finalmente a chorar, precisava de libertar o peso que havia dentro de mim.

Mas  não se pode libertar nada quando só há o vazio dentro de nós...

Levei a mão a uma gaveta da minha secretária, tirando lá de dentro a foto daquele que eu achei que seria o meu príncipe encantado, a minha alma gémea, o amor da minha vida...

- Porquê Edward? – disse num sussurro, passando levemente a ponta dos dedos pelo papel – O quê que ela tem que eu não tenho?

Guardei a foto no lugar, olhando então para a destruição espalhada pelo meu quarto. Mais algumas lágrimas caíram quando me apercebi do que tinha feito.

O Príncipe e a PopstarOnde histórias criam vida. Descubra agora