Capítulo 31

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O meu olhar estava preso na cena à minha frente.

Enquanto muitos estavam parados nos seus lugares, ainda um bocado atónitos com o ocorrido e também para não interferir no que se iria decorrer, outros correram imediatamente para a pista, em direção ao corpo caído no chão.

Ainda demasiado chocada, permaneci imóvel no meu lugar, amparando a Sophia com a ajuda do meu primo. A rainha saiu imediatamente do seu lugar e agarrando na saia do seu vestido com as duas mãos, correu para junto do marido, deixando as suas damas para trás.

Tanto o meu tio como o Edward e também o Edgar fizeram o mesmo, descendo rapidamente dos seus cavalos e correndo na direção do rei.

- Meu Deus... - foi a única coisa que a princesa ao meu lado conseguiu murmurar.

Eu não conseguia dizer nada sequer, apenas olhei de relance para o meu primo, que ao cruzar o olhar com o meu, percebi que estava tão atordoado com a situação como eu.

Vi a rainha ajoelhada ao lado do rei, com o Edward ao seu lado e o meu tio do outro lado do corpo, com o Edgar mais atrás e outros tantos ao redor, murmurando várias palavras completamente desconexas e imperceptíveis à distância a que me encontrava do local.

- Ele está bem... não está? Quer dizer, ele tem de ficar bem. – murmurei, mais para mim do que para as pessoas que estavam comigo.

Pouco a pouco, a multidão começou a afastar-se, e então todos nós que estávamos nas bancadas, a segurar o fôlego e a tentar ver alguma coisa que desse algum sinal esperançoso de que o rei se encontrava bem, tivemos o vislumbre de o ver a levantar-se lentamente, enquanto se apoiava no Edward e no meu tio.

Um rapaz que aparentava trabalhar nos estábulos apareceu e levou o cavalo do rei dali, mas quando ele passou perto do sítio onde estávamos, uma coisa que estranhei foi que a sela parecia estar meio solta de um dos lados, pois ela balançava.

Enquanto este se afastou, um pequeno grupo de guardas apareceu a correr e acompanhou a rainha e os três homens de volta ao palacete.

Vê-lo de pé, ainda que com ajuda, fez com que a mão imaginária que apertava o meu coração afrouxasse um pouco, mas também me fez perceber que agora mais do que nunca, teria de contar ao Edward ou ao meu tio o que tinha ouvido, antes que mais alguma coisa pudesse acontecer.

- Vamos ver como ele está! – a Sophia desprendeu-se de mim e do Zack e lançou-se numa corrida atrás do pequeno grupo.

- Espera! – tentámos pará-la, mas inutilmente, pois tanto um como o outro começámos a correr atrás da princesa.

Ela levava um avanço considerável, o que era de espantar, tendo em conta os saltos agulha que usava. O meu primo ia mais à frente, enquanto que eu fazia os possíveis para tentar acompanhá-lo e não cair de cara no chão à medida que corria.

- Chamem um médico agora, e ponham guardas à porta do quarto, ninguém entra ou sai sem eu saber! – chegámos quando ouvimos a voz do Edward ditar as suas ordens a um dos guardas que abriu as portas, e que imediatamente saiu disparado para as cumprir.

Entrámos atrás deles. O meu tio continuou a acompanhar o amigo juntamente com a rainha, enquanto que o Edward largou o padrasto e se começou a afastar na direção contrária. A Sophia e o meu primo seguiram-nos, e eu fui na direção do Edward.

- Edward, lamento tanto o que aconteceu ao rei, como é que ele está? – ouvi a vozinha irritante da Camille dizer, e quando reparei, ela apareceu à frente do Edward, agarrando numa das suas mãos enluvadas, dirigindo-lhe um olhar preocupado.

O Príncipe e a PopstarOnde histórias criam vida. Descubra agora