Desta vez não acordei com o som do despertador, nem com o canto dos pássaros na rua nem com as cócegas que o vento fazia no meu rosto logo pela manhã.
Porque para acordar de manhã era preciso eu ter dormido à noite primeiro...
Ontem depois de ter entrado na cabine do chuveiro e de ter ligado a torneira, tinha esperança de conseguir relaxar um pouco, esperança de fazer com que a raiva existente dentro de mim desaparecesse, pelo menos um pouco, deixar que a água quente que caía sobre o meu corpo a levasse consigo pelo ralo abaixo, esperança de me acalmar e esquecer o que acabara de acontecer entre mim e o Edward naquele corredor, mas não funcionou!
Durante imenso tempo estive deitada na cama, apenas a olhar para o teto branco acima da minha cabeça ou a olhar para a varanda aberta, admirando a lua naquela noite. Mas a certa altura decidi que estava na hora de adormecer, de apagar, mas durante minutos revirava-me na cama, punha os cobertores e o lençol para trás, e depois voltava a tapar-me. Virava a almofada, deitava a cabeça no colchão, mas nada.
Não me dei conta do tempo passar, os minutos transformaram-se em horas. O relógio avançava, o tempo avançava, sem esperar por ninguém, sem esperar sequer por uma simples alma cujo único desejo do momento é puder ter uma noite de sono em paz, sem sonhos, sem pesadelos, apenas apagar e desligar do mundo envolvente.
Mas não pode ser assim, o tempo não pode parar, como a Terra não pode parar de girar em torno do Sol, como este não pode parar de brilhar, tal como o oceano não pode parar de rugir a cada vez que uma onda embate numa rocha nem as plantas podem parar de crescer... Tudo tem uma ordem, um ciclo natural...
Quando me dei conta a Lua caía, para dar lugar ao Sol, que agora, ao nascer no horizonte, preenchia o meu quarto com um tom de laranja quente, um tom doce e reconfortante.
- O meu problema... é que eu não consigo, nem quero sequer, suportar pessoas irritantes que se acham muito boas. Não consigo suportar aqueles que não conseguem entender como é preciso trabalhar imenso na vida. Não suporto pessoas que não têm a noção de como é importante saber a noção de responsabilidade e dever.
Aquelas palavras estavam destinadas a assombrar a minha mente pelo resto do dia, são as culpadas pela minha noite de sono inexistente, elas e a pessoa que as proferira...
Como é que alguém que aparenta ser generoso, calculista, dedicado e atencioso pode na verdade ser um completo idiota chapado sem moral algum para me estar a julgar sem sequer me conhecer e insinuar aquelas mentiras sobre a minha vida!?
Era oficial: odeio aquele sapo!
Olhei para o relógio, ainda era muito cedo. Já que estava acordada, saí da cama e fui para a casa de banho e tomei um banho, desta vez gelado, para me manter desperta e para fazer com que a minha raiva acalmasse, pois ela ainda fervia, fervilhava, borbulhava dentro de todo o meu ser. De nada servia... aquelas palavras já me tinham atingido e agora estavam na minha memória permanentemente, como se tivessem sido gravadas por um ferro em brasa.
Decidi que já estava na hora de sair da casa de banho e enxuguei-me com uma tolha, vestindo o roupão em seguida. Dirigi-me ao closet e vesti umas calças brancas de cintura alta com uma blusa entalada, em azul-turquesa, com alguns detalhes brilhantes nas mangas. Agarrei no primeiro par de ténis que encontrei, que por acaso eram uns all star brancos e calcei-os, voltando ao quarto. Sentei-me em frente ao espelho e comecei a secar o cabelo, penteando-o em seguida devagar para tentar relaxar um pouco e fiz uma maquilhagem básica.
Assim que acabei reparei no guião mais ao canto. Deixei-o onde estava, não estou com cabeça para começar a estudá-lo logo pela manhã e assim tão cedo.
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O Príncipe e a Popstar
DragosteUm príncipe e uma popstar. O mundo da realeza e do glamour irá cruzar-se com o mundo do espetáculo e da música. Mia Collins é uma artista de sucesso, cantora e atriz, ama o seu trabalho e a sua família. Príncipe Edward Philip Thomas de Morington I...