Capítulo 38

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 2 meses depois...

A luz fraca do Sol entrou pela janela, atravessando a extensão do quarto e batendo-me ao de leve na cara, fazendo-me abrir lentamente os olhos.

Assim que estava totalmente desperta, levantei-me e fui até à casa de banho, lavar o rosto e ver se a minha cara se parecia muito com alguém que estava a morrer de sono, mesmo que eu me sentisse bem e não tivesse vontade de dormir mais.

- Já acordou, menina? – ouvi a voz da Audrey, a minha nova empregada, já dentro do quarto.

- Bom dia Audrey. – saí da casa de banho e cumprimentei-a, enquanto ela sorria timidamente.

- Bom dia menina. – ela curvou-se ligeiramente.

- Já disse, trata-me por Mia. – insisti, já pela milésima vez.

- Certo, peço desculpa. Vou preparar o banho. – e então ela foi para a casa de banho.

Desde o dia do ataque, quando descobri a traição da Emma, nunca mais a vi no palácio. Durante o tempo em que estive internada no hospital, numa das suas visitas regulares, o Edward contou-me que tinha conseguido falar com o rei sobre o caso. Ele disse que muitos ministros, conselheiros ou mesmo membros do parlamento queriam aplicar-lhe uma pesada pena, mesmo tendo em conta as circunstâncias da situação dela. No final, conseguiram reduzir a pena, ela seria levada do palácio e iria para um estabelecimento prisional no sul do país.

Saber dessas notícias alegrou-me e entristeceu-me ao mesmo tempo. Por um lado, estava feliz pelo facto do Edward, do meu tio e do rei terem conseguido fazer alguma coisa a respeito, inclusive não divulgaram a sua história, apenas contaram à sua família, que obviamente ficou de rastos quando soube. Mas também estou triste, pois apesar de tudo, ela tornou-se uma grande amiga, a minha companheira de todas as manhãs, e ela fazia-me falta. Era estranho acordar e não a ver entrando pelo quarto, a ajudar-me com alguma coisa ou simplesmente a conversar comigo antes de ir dormir. A Audrey é muito eficiente em tudo o que faz, e é muito gentil e cuidadosa, mas não é o mesmo, não senti a mesma ligação que senti com a Emma.

Enquanto ainda estava no hospital, fiquei completamente surpreendida quando a vi entrar no meu quarto, com dois seguranças de cada lado. Eles ficaram do lado de fora, e a Emma rapidamente despediu-se de mim, agradecendo pelo meu perdão e compreensão. Não houve tempo para muito mais, pois os seguranças abriram a porta e chamaram-na, dizendo que estava na hora de partir.

- Já está pronto Mia. – a Audrey surgiu na porta da casa de banho, com o cesto da roupa suja nas mãos, para levar para a lavandaria.

- Muito obrigada. – agradeci sorrindo, e então ela saiu.

Fui até à casa de banho, despi o pijama e entrei na banheira. Nestes últimos tempos, duches eram coisas que para mim não existiam. Com a ligadura e penso que tinha no meu ombro, tomar banho de chuveiro e molhar tudo não era nada conveniente, por isso a banheira passou a ser a minha "companhia" na casa de banho, e o nível da água ficava sempre abaixo dos ombros, por isso tinha de resistir à tentação que às vezes tinha de me afundar na água quente.

Quando já estava a começar a ficar com frio, levantei-me e sequei-me, vesti o roupão e saí da casa de banho, indo ao closet.

Outra coisa também era o facto de eu ter de vestir camisolas largas, não podiam ser justas ou muito apertadas, pois notava-se imenso as ligaduras. Vesti uma camisola felpuda, cor-de-rosa, tão larga que deixava um dos meus ombros à mostra, mas é claro que eu mudava o lado para deixar o ombro bom à vista. Vesti umas calças pretas e uns ténis a combinar e prendi o cabelo num simples rabo de cavalo, deixando algumas madeixas da franja soltas.

O Príncipe e a PopstarOnde histórias criam vida. Descubra agora