Capítulo 24

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As minhas pálpebras estavam pesadíssimas, não conseguia acordar.

Por muito que o meu corpo se quisesse levantar da cama onde estava deitada, a minha cabeça e a minha mente gritavam para que eu me deixasse estar como estava.

Lembro-me de ter entrado no quarto da Sophia e de ter afastado o Rixon dela, de ele me ter empurrado, da grande pancada que sofri e de ter desmaiado, mas mais nada.

Agora, não sei onde estou simplesmente. Sei que estou deitada nalgum lugar, talvez ainda esteja no quarto da Sophia, ou na ala hospitalar.

- Porquê que não contaste antes!? Porquê que não me disseste o que ele andava a fazer-te!? Sou teu irmão, devias ter-me contado logo desde o início! Olha o que podíamos ter evitado...

- Eu sei, eu sei! Mas tive medo, não consegui contar a ninguém. Eu nem cheguei a contar à Mia, ela é que descobriu sozinha...

Ouvia vozes sussurrarem perto.

Tentei abrir lentamente os olhos, mas além da dor de cabeça que sentia, a claridade do espaço por causa dos candeeiros também não ajudava. Ainda assim, lutei contra isso, e abri os olhos, encontrando o teto branco do meu quarto acima de mim.

Olhei à minha volta: estava tudo igual, exceto a parte de eu estar deitada com a cabeça em cima de uma montanha de almofadas e de a Sophia estar sentada num dos cadeirões que agora estava praticamente colado à cama, voltada para o irmão, enquanto este estava rigidamente de pé em frente à janela, com o olhar focado na rua.

A chuva ainda caía lá fora, e com mais força pelo que me pareceu. Quando um novo relâmpago cruzou os céus e rugiu em alto e bom som, assustei-me e movimentei-me bruscamente para trás, para depois levar as mãos à cabeça e gemer de dor.

O som atraiu a atenção dos dois, que se voltaram imediatamente para mim. A Sophia olhou-me preocupada e aliviada ao mesmo tempo, enquanto agarrava a minha mão, e o Edward afastou-se logo da janela, dando a volta à cama e vindo sentar-se cuidadosamente ao meu lado, agarrando-me na outra mão.

Apesar da dor que sentia ser bastante forte, o arrepio que senti assim que ele me tocou com a sua pele de novo foi mais intenso.

- Mia! Oh meu Deus, tu estás bem? Como te sentes? Lamento tanto o que aconteceu, nem sei o que dizer. Se não tivesses aparecido na altura certa eu... - ela falava sem parar no meio de lágrimas e soluços.

- Ei... - apertei-lhe gentilmente a mão, forçando-a a olhar para mim. Ainda com os olhos cheios de lágrimas, ela atendeu ao meu pedido, olhando-me com atenção – Está tudo bem. Se há aqui alguém com quem todos nós nos devíamos preocupar és tu. – ela abanou negativamente a cabeça.

- Mia, para, por favor! Tu bateste com a cabeça violentamente, alguma coisa pior podia ter acontecido contigo por minha culpa. Se alguma coisa te acontecesse eu nunca me perdoaria!

- Assim como eu nunca me perdoaria se alguma coisa acontecesse contigo e eu não fizesse nada. Não podia deixar-te passar pelo mesmo que ela... - olhei-a nos olhos e disse-lhe diretamente, sussurrando estas palavras no fim mais para mim do que para ela.

Ela limpou algumas lágrimas que corriam e caíam na saia do seu vestido, enquanto me olhava confusa.

Sustentei o seu olhar por alguns segundos, até que olhei para o meu lado direito e encontrei o Edward com os olhos baixos, enquanto fazia deslizar o seu polegar de um lado para o outro no dorso da minha mão, ainda unida à dele.

Enfim ele olhou-me, e nos seus olhos verdes vi uma imensa quantidade de preocupação e ternura.

- Mia... - ele disse num sussurro, e nesse momento o mundo pareceu parar por completo.

O Príncipe e a PopstarOnde histórias criam vida. Descubra agora