Sozinhas

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Pov*Lauren

               Uma semana depois               

Hoje faz uma semana que não vejo, nem tenho notícias de Camila. Desde que ela partiu inesperadamente, minha angústia só cresce. As horas arrastam-se sem sua presença. Eu estou desolada, sentindo a ausência dela em cada canto da casa. As refeições perderam o sabor e a cama se tornou um refúgio solitário onde me perco em pensamentos de preocupação. Não saio de casa, envolta em um sentimento de vazio e incerteza, esperando ansiosamente por qualquer sinal dela.

Eu e Dinah estávamos vasculhando meticulosamente as anotações deixadas por Normani, tentando decifrar os rabiscos que poderiam nos guiar. Dois dias atrás, entre pilhas empoeiradas de papéis antigos, encontramos uma inscrição oculta que prometia um retorno ao passado.

No entanto, uma preocupação crescente me dominava: a saúde da bebê. Antes de embarcar nessa viajem arriscada, precisava garantir que ela estivesse bem, ciente de que não havia garantias de retorno. Passei na minha obstetra e fiz alguns exames para garantir que minha bebê estava bem para prosseguirmos com a viagem.

Com um nó na garganta e um fio de esperança, decidimos que hoje seria o dia da nossa incursão temporal.

Enquanto aguardo impacientemente Dinah concluir seus preparativos, minha mente vagueia pelas lembranças do dia em que percebi que Camila havia desaparecido.

Flashback*on

Acordei estranhando o fato de Camila não estar ao meu lado na cama. Ignorando a sensação incômoda, levantei-me e fui tomar banho. Saí do banho cantarolando minha música preferida do momento.

- Piririm, Piririm, Piririm, alguem ligou pra mim...
Piririm, Piririm, Piririm alguem ligou pra mim...
Quem é? Sou eu bola de fogo, e o calor ta de matar,
Vai ser na praia da barra que uma moda eu vou lançar.
Vai me enterrar na areia?
Não, não, vou atolar.

Vai me enterrar na areia?
Não, não, vou atolar.
To ficando atoladinha.
To ficando atoladinha.
To ficando atoladinha.
Calma calma foguetinha.

Me arrumei para o serviço com um misto de ansiedade e alegria. Hoje, completando seis meses de gravidez, eu queria que tudo fosse perfeito. Passei uma maquiagem básica, realçando a luminosidade que a gestação trazia ao meu rosto.

Ao sair do quarto, busquei Camila pela casa, mas ao invés de encontrá-la, deparei-me com Jiló, solitário junto ao pote de ração vazio.

- Camz? Camila? CAMILA? - chamei, minha voz ecoando pelos cômodos.

A ausência dela começou a me preocupar de verdade, rapidamente peguei meu celular e disquei seu número, o coração martelando no peito. Percebi que seu celular estava sobre a mesa da cozinha.

- Droga, Camz! Por que ela tem mania de sair sem levar o celular? - minha voz saiu embargada, enquanto buscava conforto em cuidar do Jiló, que, cabisbaixo, parecia captar minha angústia.

- LAUREN?? - Dinah chamou, entrando apressadamente no apartamento.

- Dinah! Tem notícias da Camila? Ela sumiu! - eu disse, chorando, ao vê-la, e ela me abraçou.

- Se acalme, farinha! A bebê pode sentir! - ela disse, gentilmente, passando a mão na minha barriga, e eu solucei alto.

- E se ela tiver sido sequestrada? - eu perguntei, fungando, tentando conter o medo que tomava conta de mim.

- Ela não foi! Eu sei onde todos estão! - ela disse, com convicção.

- Todos? - eu perguntei, confusa, uma pontada de preocupação surgindo em meu peito. Mais alguém sumiu?

 Múmia- CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora