Capítulo 16

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A gente conversava, como se aquilo fosse tão normal pra mim, como se ele sempre tivesse feito parte da minha vida. E aquela sensação, só aumentava a cada instante.

Passamos um bom tempo rindo e eu vez ou outra, tirando sarro da cara dele, tentando me fazer saber que ele nunca soube o que era ciúmes. Ele insistia o tempo todo que não estava como ciúmes e que só estava tentando me proteger. E eu ria cada vez que ele tentava me convencer disso. Ele podia ser hilário quando queria. 

Quando um brisa fria do mar soprou, me fazendo tremer dos pés a cabeça, me fazendo encolher ainda mais. Estava coberta, mas o lençol era um pouco fino demais e curto demais para nós dois.
Quando ele percebeu que eu não parava de tremer, ele se juntou mais a mim, me abraçando e me fazendo sentir um pouco mais aquecida.
Nossos rostos estavam tão próximos, que conseguia sentir seu hálito quente em meu rosto facilmente. 

Ficamos um bom tempo em silêncio, com ele abraçado a mim. Olhávamos penas para a chama da fogueira, que se movia como numa dança frenética e sincronizada.
Depois de um tempo, eu percebi que ele me encarava intensamente e eu retribui o olhar. Era impossível não fazê-lo.

- Por que você tá me olhando assim? - perguntei sem jeito.

- É que eu nunca te vi dessa forma. - Não entendi o que ele quis dizer com isso. 

- Como assim?

- Desse jeito, tão linda. - falou de modo tão suave. Ele olhava profundamente em meus olhos, me fazendo olhar de volta da mesma forma. De repente todo o frio que sentia desapareceu por completo, dando lugar a um calor intenso que emanava de nós dois.

Eu amava olhar para aqueles olhos azuis, que agora brilhavam, refletindo a chama da fogueira. Estávamos tão próximos, que se ele quisesse me beijar, faria sem dificuldade alguma e algo dentro de mim torcia por isso.

Como se lesse meus pensamentos, ele foi se aproximando aos poucos,  enquanto eu continuava estática no mesmo lugar, esperando por alguma reação da parte dele. 
Quando viu que eu não me afastei ou fiz qualquer movimento, ele tomou meus lábios nos seus, me beijando lenta e carinhosamente. Era como se ele estivesse tomando todo o cuidado do mundo para me manter presa a ele e estava funcionando.
Sem nos afastarmos ou parar o beijo, ele me trouxe para mais junto de seu corpo, me fazendo perder qualquer noção de realidade ou perigo. E esquecendo onde a gente estava.

Não tive vontade de sair correndo como da primeira vez que ele tentou me beijar, só estava concentrada em retribuir ao beijo da mesma forma que ele fazia comigo. Não queria que ele se afastasse nem por um minuto sequer.

Seu beijo era lento, agradável, e quente. 
Os lábios dele eram macios, tinham um gosto muito bom, e se moviam com os meus, num ritmo bem sincronizado cadenciado pelo desejo de ambos. 

Esse não era meu primeiro beijo, mas eu sentia como se fosse, e eu queria curtir cada momento dele. Não queria que aquele beijo parasse e nem ele me soltasse. Me sentia confortável e aquecida em seus braços. 

Ele era tão carinhoso comigo, que me fazia sentir bem acolhida junto a ele, e assim ficamos um bom tempo, nem sei quanto e nem me importava com isso. 
Eu só queria continuar nos braços dele o beijando, até ficarmos sem ar. Ou até sermos pêgos.
Até que...

- Liz?... - Alguém fala atrás de mim, me tirando do transe que aquele beijo havia me colocado. E me dando conta do que eu realmente estava fazendo. 

Quando nós dois paramos, nos olhamos, e logo após olhando pra trás, pra alguém olhando para nós dois. Quando eu vi Rebecca, que nos olhava de boca aberta, sem entender nada e não acreditando no que estava vendo. Nem eu acreditava no que tinha feito. 

Num impulso, me soltei do seu abraço e me levantei olhando pra ele, que parecia muito calmo pra aquela situação embaraçosa que tínhamos nos envolvido. Em nenhum momento vi algum arrependimento em seus olhos. Na verdade, ele sorria. Um sorriso de satisfação e mais algo que não consegui identificar. Nem tinha como, estava ainda sob o efeito do beijo e completamente perdida.

- Eu tenho que ir. Boa noite, Dylan! - falei depressa e sem esperar ele responder. Saindo logo em seguida, sendo seguida por Rebecca. Ouvindo ainda ele me dar boa noite ao longe. 

E agora, não sabia como iria encarar minha amiga, que com certeza me encheria de perguntas as quais eu não saberia nem queria responder. 
Eu devo estar ficando maluca. Só pode!

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