Capítulo 21

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Eu estava sentada no meu sofá da sala, folheando um velho álbum de fotografias, onde lá se encontravam algumas fotos antigas dos meus pais, e algumas um pouco mais recentes.

Paro em uma foto onde se encontravam meus pais e eu, em um pique- nique.
Estávamos tão felizes, eu principalmente.
Ainda lembro desse dia, eu tinha apenas 7 anos, mas me lembro como se fosse hoje.

Era dia de folga do meu pai, e ele combinou com a minha mãe de fazer um pique-nique surpresa pra mim, já que era meu aniversário.
Lembro que quando cheguei lá, não acreditava que eles tinham feito tudo aquilo pra mim.
Foi quando minha mãe teve a idéia de tirar a foto.
Ela até pediu pra alguém que passava na hora tirar.
Nela eu estava rindo nos braços dos meus pais, enquanto eles também riam. Foi um dia perfeito.

Eu passava os dedos sobre a foto, como se eu estivesse acariaciando meus próprios pais. Quando de repente, meus pensamentos foram interrompidos pela minha campainha que tocava sem parar.

Fiquei surpresa, pois não esperava ninguém, e a única que poderia ser, era Rebecca. Mas ela estava passando as férias com a família dela, em outro estado.

Me levantei do sofá, coloquei o álbum em cima do móvel ao lado do sofá, e fui atender a campainha que não parava de tocar.
Mas assim que abri a porta, me surpreendi com meu inesperado visitante.

- Dylan?... O que você tá fazendo aqui? - falei sem reação por ver ele parado ali, na minha porta. Ele era a última pessoa que eu esperava ver.

- Oi Liz, eu precisava falar com alguém, e você foi a única pessoa que eu sabia que poderia me ouvir. - ele não parecia muito bem.
E parece que tinha chorado, pois estava com os olhos vermelhos.

- Claro. Mas como você descobriu meu endereço?

- Rebecca. - Não acreditei quando ele me disse. Logo percebi que tinha deixado ele ali, parado em frente à porta - Desculpa, entra por favor. - Dei passagem para ele entrar, e fechei a porta atrás de mim.
Indiquei um lugar pra ele sentar, e fui pegar um copo de água pra ele se acalmar.
E logo após também sentei ao lado dele, no sofá.
Fiquei de frente pra ele e esperei ele começar a falar.

- É que no acamapamento, você disse que eu podia contar com você quando eu precisasse. Então... Como eu não tinha ninguém que pudesse me escutar, eu pensei em você.

- É verdade. - lembrei de ter falado isso pra ele - Mas me fala, o que houve? - estava curiosa. Pra ele ter parado na minha porta desta forma, tinha que ser algo grave.

- Briguei com o meu pai - ele começou, se virando pra ficar de frente pra mim também. - Ainda é sobre aquele lance de eu tomar a frente da empresa.
Ele não aceita que eu queira seguir a música. E nós brigamos, e eu acabei falando um monte de besteiras pra ele, e sai de casa.

- Eu sinto muito por você. Na verdade, esse negócio de pai e filho é complicado. E na maioria das vezes, eles não conseguem entender, que queremos seguir caminhos diferentes do que eles traçaram pra gente. E esse é o problema. Mas você deve esfriar sua cabeça, e pensar na melhor forma de vocês conversarem. Eu sei que não é fácil, mas ele é seu pai. E eu tenho certeza que vocês vão acabar se entendendo.

- Só você mesmo pra me entender. E falar exatamente oque eu preciso ouvir. Como você consegue?

- Não sei. Só que eu não quero que você fique com raiva do seu pai. Porque ele é sua família. E você não sabe o que eu daria pra ter os meus pais perto de mim. - falei sentindo um aperto no peito por lembrar deles. - eles me fazem muita falta.- conclui.

- Desculpa. Eu não quero que você fique triste por minha causa.

- Tá tudo bem. Como você me disse naquele dia na biblioteca, ficaram as lembranças felizes. E é nisso que eu penso quando eu lembro deles.

- Que bom. Fico feliz por você. E obrigado por me ouvir eu sabia que podia contar com você. - falou pegando em minha mão.

- Sempre. - falei dando um sorriso pra ele.

Tinha de ser você (EM REVISÃO) Onde histórias criam vida. Descubra agora