Capítulo 63

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Mesmo com alguns arranhões pelos braços, e um machucado acima da sobrancelha, ele continuava mais lindo que nunca.
E sem querer, lembrei do dia em que o vi pela primeira vez, na entrada do curso de música. Ele estava acompanhado de Olivia, de mãos dadas a ela. Eu lembro que fiquei o admirando de longe, enquanto estava sentada em um dos assentos, espalhados pelo Campus do curso.
Ele ria com ela de alguma coisa engraçada. A lheio a mim, ou a qualquer outra garota que passasse pela frente dele. Ele só tinha olhos para ela. Lembro que pensei comigo mesma, como seria ter alguém como ele do lado. Alguém que por onde passasse, era sempre o centro das atenções.
Mas depois que ele começou a me tratar de forma tão rude, só para se sentir o bad boy da galera, sua imagem mudou completamente em minha cabeça. E desse dia em diante e por muito tempo, ele era a última pessoa que eu queria encontrar na minha frente

E de alguma forma, ele sempre esteve perto de mim, mesmo com as implicâncias, e o bullying que ele me fazia o tempo todo.

- Liz, Liz . - ele me chamou pela segunda vez. Me fazendo voltar ao mundo real.

- Oi. Desculpa. Você estava falando alguma coisa? - estava tão perdida em meus pensamentos, que nem vi ele acordar. Levantei depressa, e fui até ele, ver se ele estava sentindo algo.

- Não. Só queria dizer pra você descansar um pouco.

- Eu estou bem. Não se preocupe comigo. E você, como está? Está sentindo alguma dor? - pergunto o fitando nos olhos.

- Estou bem. Só um pouco de dor de cabeça. - ele passou as mãos nos cabelos bagunçados, enquanto tentava se ajeitar na cama, pra ficar sentado.

- Deixa eu pegar um analgésico pra você. - disse indo em direção a gaveta do criado mudo dele. Onde continham todos os remédios que ele deveria tomar. Sua mãe disse que isso iria acontecer, por causa da pancada que levou na cabeça.

Dei um analgésico pra dor de cabeça, que o médico receitou, caso ele sentisse dor, e o ajudei a ir pro banheiro, que ficava em seu quarto. E o deixei lá, tomando banho, e fui preparar uma roupa pra ele vestir.

Depois que ele já estava pronto, eu fui pro meu quarto, que ficava do lado do dele, e também tomei meu banho.
Por um momento fiquei me perguntando o que eu estava fazendo ali, bem ao lado do quarto dele. Às vezes nem eu conseguia me entender.
Mas por outro lado, eu estava gostando de tê-lo por perto, e poder cuidar dele. Era uma sensação boa, saber que ele precisava de mim pra alguma coisa. Só não queria, nem esperava que fosse desse jeito.

Já no final da tarde, ele me pediu pra ir até a área da piscina, pois segundo ele, não aguentava mais ficar naquele quarto abafado.
O ajudei a descer as escadas, e o coloquei sentado em uma cadeira, em frente a piscina.
Entrei pra dentro, e preparei um suco de laranja para ele, e o entreguei.
Já estava para entrar de novo, para deixa-lo mais á vontade, quando ele me pede para sentar junto a ele.
E assim, eu o fiz.
Estávamos em silêncio, pois nem eu, nem ele, sabia muito o que falar um pro outro. Estava mexendo no meu celular, quando recebo uma ligação. Nao consigo identificar o número, mas mesmo assim, me levanto pra atender, e vi que Dylan me acompanhou com o olhar.

- Alô. - digo assim que o atendo.

- Oi, Liz. Sou eu, Alexander.

- Alê? - fiquei surpresa. Não acreditava que era ele. E nem saiba como ele tinha conseguido meu número, mas aí eu me lembrei tinha dado a Paul antes de sair, provavelmente pegou com ele - como...

- Peguei seu número com Paul. - como se ele tivesse lido meus pensamentos, ele se justificou. - Eu queria te fazer um convite.

- Convite? - Não imaginava o que seria.

- Sim. E eu espero que você aceite. - sua voz do outro lado da linha parecia sem jeito, e até um pouco divertida.

- E qual seria o Convite? - perguntei quando vi que ele demorava pra falar.

- Você sabe que eu estou voltando pra Itália, não é? - lembrei quando ele havia me dito lá na fazenda. Quando eu estava com Dylan.

- Sim. Eu me lembro.

- Bom, eu queria saber se você não quer ir comigo. Você se lembra da promessa que te fiz quando eu fuj embora.

- Me lembro sim - não tinha como esquecer - mas fico surpresa por ainda se lembrar. Faz tanto tempo.

- E como eu poderia esquecer, Liz- o ouvi sorrir do outro lado da linha - eu te prometi que assim que voltasse para os EUA eu te levaria comigo pra onde eu for. E sabe, eu levo promessas a sério.

E eu sorri alto ao ouvir falar aquilo.

- Você tá falando sério? - precisava ter certeza.

- Sim. Demorou muito tempo pra eu tomar coragem - ele respirava tão pesado que eu conseguia sentir, mesmo estando do outro lado da linha. - Mas depois que eu te vi naquele dia, eu precisava ter certeza que eu esgotei todas as minhas possibilidades. Eu sei que você tem namorado, e tal - ele se referia a Dylan, pois foi assim que ele ouviu Dylan se referir - Mas eu preciso saber.

- E eu posso saber por que isso agora? - estava bem confusa, ainda mais, com os recentes acontecimentos.

- Liz, eu sempre gostei de você. Só nunca lhe disse, porque você foi embora daquele jeito. Mas quando eu te vi naquele dia, na Fazenda, eu percebi que meus sentimentos por você nunca mudaram. Mas como você estava acompanhada com seu namorado, decidi ficar quieto e não falar nada. Por que talvez pra minha sorte você pudesse aceitar minha proposta. Desculpa te dizer só agora.

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