Capítulo 28

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- Mas eu acabei me decepcionando muito com ele. E depois disso, conclui que esse negócio de amor não é pra mim. E desde então, eu vivo fugindo de qualquer coisa parecida. - disse com um pouco de dor na voz. - e é por isso também, que você nunca me viu com ninguém. - terminei olhando pra baixo, tentando fugir do seu olhar.

- Uau! - disse arregalando os olhos de surpresa.

- Mas eu não gosto de falar nisso. - muito menos com ele.

- Mas saiba que ninguém tem como fugir disso. O amor é uma parte de nós. É uma parte de quem nós somos. E que por mais que tentamos fugir dele, ele sempre nos encontra.
De uma forma ou de outra. Simples assim. - estava com um tom de voz suave.

- Tô impressionada. Nunca pensei te ouvir te falar assim.

- Nem eu - ele ri - Tá vendo o que você faz comigo?

- Eu não tenho culpa nenhuma. Eu sabia que bem lá no fundo, você era um romântico incurável - Eu brinquei. - Não conhecia esse teu lado. - o cutuquei com os dedos, fazendo ele se mexer e rir.

- Só se for beeeem lá no fundo.- deu ênfase ao "bem" - Mas bem no fundo mesmo.

Eu ri com a forma que ele falou.

- É. até eu me surpreendi com o que eu falei. - ele disse divertindo- se.

- Tá vendo. - falei - Eu disse que você era uma caixinha de surpresas.

- Talvez... Mas o que aconteceu pra você se desiludir tanto, a ponto de não querer mais ficar com ninguém? - ele insistia na pergunta, mesmo eu tentando fugir dela.

- Eu conheci um garoto, que assim que eu me mudei pra morar com a minha avó, ficamos muito próximos, e acabamos virando amigos.
Assim como eu, ele também tinha acabado de se mudar pra lá. E conversa vai, conversa vem, eu acabei me apaixonando loucamente por ele. Ficamos por um tempo, não chegou a ser um namoro, mas eu realmente estava gostando dele. Até que chegou um dia, em que eu o peguei aos beijos com a minha melhor amiga, e então quando vi, eles estavam namorando. Ele me deu esperanças, sabe. E disse que gostava de mim, e eu acabei sofrendo muito, não só por causa dele. Mas também, por causa da garota que se dizia minha amiga.
E que sabia, que eu gostava dele. E foi exatamente aí, que jurei pra mim mesma, que jamais deixaria um garoto me magoar de novo, daquele jeito. E é isso.- terminei. - espero que não tenha ficado muito chocado - falei olhando pra ele, que me olhava atentamente em silêncio.

Ele respirou fundo, absorvendo tudo o que eu tinha falado.

- Caramba! - passou a mão, atrás da nuca. Ele estava impressionado com a minha revelação. - Mas sabe, esse cara era um babaca, que não viu a garota incrível, que ele deixou pra trás. - fiquei sem jeito, e sem saber o que falar - Mas não acho que você possa mandar no coração, a ponto de não querer se apaixonar de novo.

E ele tava certo. Se aquilo fosse realmente possível, eu não estaria aqui, me apaixonando cada vez mais por ele.
Infelizmente, a gente não tem como mandar no coração.
Se fosse o contrário, eu já teria mandado o meu parar de ser tão trouxa. A ponto de me apaixonar perdidamente, por um garoto que não me daria a menor chance.

- Pode até ser. Mas ele acabou não ficando com ela. Acabou que eu terminei minha amizade com ela, tambem me afastei dele, e depois disso, passei a não confiar tanto nas pessoas como eu fazia.

Inclusive aqueles que se dizem ser meus amigos.

- Cinseramente, eu não estou nem um pouco afim de falar deles agora. - tentei mudar de assunto. Por que aquilo ainda mexia muito comigo.

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